09/Mai/2019
Neste início de maio, as negociações envolvendo a pluma estão lentas e os preços, em queda. Os compradores, especialmente indústrias, demonstram baixo interesse por novas aquisições no spot, ofertando valores apenas para pequenas reposições, enquanto outros buscam lotes com boas características. Além da sinalização da lentidão das vendas dos produtos derivados, alguns estão trabalhando com a pluma recebida por meio de contrato. No geral, os compradores estão no aguardo do início da colheita em Mato Grosso e na Bahia, já que há contratos firmados a serem entregues a partir de julho. Vale lembrar que alguns lotes da safra 2018/2019 do estado de São Paulo já têm sido comercializados no spot. Interessante notar que 43% da demanda doméstica para a safra 2018/2019 já está registrada na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) para a safra 2018/2019. Os vendedores, por sua vez, estão mais flexíveis nos valores indicados, já que boa parte dos lotes ofertados apresenta alguma característica, como cor, micronaire e fibra.
Apesar disso, ainda se verifica “queda de braço” entre o comprador e o vendedor, especialmente quando os lotes têm qualidade. Assim, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra queda de 0,69% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,92 por libra-peso. Em abril (de 29 de março a 30 de abril), o Indicador acumulou leve alta de 0,46%. Quanto às negociações futuras, alguns contratos referentes às safras 2018/2019 e 2019/2020 têm sido efetivados, especialmente para exportação ou flex (com opção para o mercado doméstico). Para entregas no mercado interno, os compradores estão retraídos. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,96 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Relatório do Comitê Internacional do Algodão (Icac), divulgado no dia 3 de maio, afirma que a China, maior consumidora de algodão, vai leiloar 800 mil toneladas de seu estoque entre os dias 5 de maio e 30 de setembro deste ano.
Como o governo chinês manteve a tarifa de 25% sobre o algodão dos Estados Unidos, houve mudança nas origens da pluma importada, com destaque para a Austrália e o Brasil. Mesmo assim, os Estados Unidos devem continuar sendo o maior exportador mundial na safra 2018/2019. Com baixa demanda pela pluma norte-americana e tensão na rodada comercial entre os Estados Unidos e a China, todos os contratos na Bolsa de Nova York estão em baixa. Nos últimos sete dias, o vencimento Maio/2019 apresenta queda de 4,57%, cotado a 72,65 centavos de dólar por libra-peso, e o Julho/2019, tem baixa de 4,42%, a 73,55 centavos de dólar por libra-peso. O contrato Outubro/2019 registra desvalorização de 3,84%, a 72,66 centavos de dólar por libra-peso e o Dez/2019, recuo de 3,58%, cotado a US$ 72,91 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas em abril 71,8 mil toneladas da pluma, 26,7% inferior ao volume de março/2019 (de 97,9 mil toneladas), mas expressivamente acima das 28,6 mil toneladas de abril/2018 (+150,7%). O faturamento foi de US$ 122,3 milhões, 26,6% menor do que o de mar/2019, mas duas vezes acima do de abril/2018 (US$ 50,2 milhões). Quanto ao preço médio, de 77,30 centavos de dólar por libra-peso em abril, ficou apenas 0,1% maior que o do mês anterior, mas recuou 2,8% em relação ao preço médio de abril/2018. As importações somaram 121,5 toneladas em abril/2019, queda de 18,3% no comparativo com março e de expressivos 92,1% com abril/2018 (1,5 mil toneladas). O preço médio de importação foi de 122,63 centavos de dólar por libra-peso em abril/2019, queda de 18,1% se comparado ao do mês anterior, mas alta de 52,4% sobre o de um ano atrás. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.