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24/Abr/2019

Tendência é de sustentação dos preços do algodão

O mercado doméstico de algodão em pluma segue com baixa liquidez. Há indústrias em busca de lotes de boa qualidade (especialmente quanto à micronaire, fibra e cor), enquanto outras seguem utilizando a pluma contratada e/ou em estoque. Alguns compradores, ainda, estão interessados em adquirir lotes para entregas nos próximos meses. Do lado vendedor, muitos estão firmes nos preços indicados, mesmo para os lotes mistos em qualidade. Parte dos produtores está fora do mercado spot, focados na entrega de contratos da safra 2017/2018. Comerciantes, por sua vez, procuram lotes para cumprir programações e realizam negócios “casados”. Neste cenário, o Indicador do algodão em pluma CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra leve alta de 0,31% nos últimos sete dias, cotado a R$ 2,92 por libra-peso. Na parcial de abril, o Indicador acumula queda de 0,42%.

A média parcial deste mês, de R$ 2,93 por libra-peso, está apenas 0,23% superior à média de março/2019, mas 14,12% abaixo da média de abril/2018, em termos reais (valores atualizados pelo IGP-DI de março/2019). Dados da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) apontam que, na parcial de abril, 817,6 mil toneladas da safra 2017/2018 foram comercializadas no mercado doméstico, da produção de 2 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os registros da BBM representam 82% da produção nacional na média dos últimos cinco anos. Entretanto, a Conab estima o consumo nacional desta temporada em 680 mil toneladas e exportação de 936 mil toneladas. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no acumulado de 2018, os embarques somam 915,5 mil toneladas. Diante das elevações externas, os preços internos estão 1,29% abaixo dos da paridade de exportação nos últimos sete dias.

Na média parcial de abril, a vantagem doméstica é de apenas 0,2%, a menor desde outubro/2018. Nesse cenário, tradings estão mais ativas para comercialização antecipada (2018/2019 e 2019/2020) e/ou entrega de contratos. Quanto às negociações com embarque futuro, a liquidez está maior, especialmente para contratos flex. Os fechamentos de contratos envolvem a pluma das temporadas 2017/2018, 2018/2019 e 2019/2020, a preços fixos em Reais e em dólar e também baseados no Indicador e na Bolsa de Nova York, a serem fixados posteriormente. A paridade de exportação na condição FAS (Free Alongside Ship), Porto de Paranaguá (PR), é de R$ 2,95 por libra-peso, com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, todos os contratos registram alta, influenciados pela valorização do petróleo e pelo recuo do dólar no mercado internacional. O vencimento Maio/2019 registra alta de 0,92% nos últimos sete dias, cotado a 77,19 centavos de dólar por libra-peso; Julho/2019, avanço de 1,86%, a 78,47 centavos de dólar por libra-peso.

O contrato Outubro/2019 apresenta valorização de 1,79%, para 77,45 centavos de dólar por libra-peso e o Dezembro/2019, alta de 1,77% no mesmo comparativo, a 77,22 centavos de dólar por libra-peso. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que, até o final da terceira semana de abril/2019, a média diária dos embarques foi de 3,9 mil toneladas, 24,5% inferior à de março/2019 e expressivamente maior que a média de 1,4 mil toneladas de abril/2018. Na parcial de abril/2019, o Brasil já exportou 54,3 mil toneladas. Em faturamento, a média diária é de US$ 6,6 milhões, 24,3% menor que os US$ 8,7 milhões do mês anterior, mas acima da média de US$ 2,4 milhões de um ano atrás. Quanto ao preço médio deste mês, em dólares, está em US$ 1.706,60 por tonelada, apenas 0,3% maior que o preço médio de março/2019 (US$ 1.702,20 por tonelada) e 2,6% inferior aos US$ 1.752,90 por tonelada de abril/2018. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.