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15/Mar/2021

Crédito Rural: BB deve liberar até R$ 103 bilhões

O Banco do Brasil, principal financiador do setor agropecuário no País, prevê recorde para seus desembolsos de crédito rural nesta safra 2020/2021, que terminará em 30 de junho. A expectativa é que o montante alcance pelo menos R$ 95 bilhões, depois de chegar a R$ 93,5 bilhões em 2019/2020. A projeção é amparada pelos bons resultados das colheitas e pelos preços remuneradores das principais commodities agrícolas e pelo avanço dos canais digitais nessa frente em meio à pandemia, inclusive para a emissão de Cédulas de Produto Rural (CPR). Nesse sentido, a marca de R$ 95 bilhões poderá ser superada, podendo chegar a R$ 103 bilhões. De julho de 2020 a fevereiro, foram R$ 58,7 bilhões emprestados, 12% mais que nos oito primeiros meses do ciclo anterior. No total, os desembolsos de crédito rural somaram R$ 147,5 bilhões no período, ou seja, a fatia do Banco do Brasil foi de 40%. O produtor rural está pronto para fazer seus investimentos. O otimismo com as projeções já é sentido na prática.

A carteira de agronegócios do Banco do Brasil saltou de R$ 160 bilhões, em 2020, para R$ 190 bilhões em fevereiro, e a previsão é atingir R$ 210 bilhões no fim do ano. O crescimento é baseado nos bons resultados do setor em si, com safras fartas e preços altos, mas também em novos produtos e meios de contratação oferecidos pelo banco. No caso das emissões de CPRs, por exemplo, na safra passada foram mais de R$ 5,5 bilhões, e nos oito primeiros meses desta temporada o valor já atingiu R$ 4,1 bilhões, 80% da das emissões feitas de forma digital. A CPR vai ficar mais próxima do produtor e vai dar uma velocidade e dinamismo muito grande. O Banco do Brasil ampliou a oferta do título para 19 novos produtos este ano, como amendoim, laranja, batata, trigo, suínos e bezerros. O total chegou a 25 itens contemplados. Só nos produtos novos, lançados em dezembro, foram feitos R$ 55 milhões em CPRs. As operações, contratadas de forma simples, são feitas com recursos da poupança livre e de LCAs.

O Banco do Brasil quer ampliar ainda mais a contratação digital, que ainda representa menos de 20% de seus desembolsos totais de crédito rural. A simplificação do processo e a redução das exigências para esse tipo de operação são aguardadas pelo banco. O custo de observância, a quantidade de telas que o produtor tem que preencher, ainda é grande. No ano passado, uma das experiências mais bem-sucedidas foi justamente no campo digital. A feira virtual para venda de máquinas na plataforma Broto, ambiente online de negócios, movimentou R$ 150 milhões. No ranking de resultados dos eventos presenciais de 2019, seria a quinta maior em termos de desembolsos efetivos, o mesmo volume da Bahia Farm Show, realizada em Luis Eduardo Magalhães (BA). Uma nova edição da feira deverá ocorrer no segundo semestre deste ano, com mais agilidade para a negociação na compra de máquinas e outros produtos disponíveis no Broto. Em 2020, o produtor pedia um orçamento e a revenda entregava 48 horas depois. Agora, os orçamentos online darão agilidade ao processo.

Os produtores também poderão recorrer ao mercado futuro de mercadorias e fazer operações de compra ou venda antecipada na plataforma. O produtor descobriu o digital e o banco reservou R$ 500 milhões para essa edição no Broto podendo chegar a R$ 1 bilhão. O volume recorde de desembolsos também deve ter a participação dos recursos do pré-custeio. O Banco do Brasil alocou R$ 16 bilhões para essa finalidade. Desse total, R$ 500 milhões saíram na primeira semana, e março deverá terminar com R$ 3 bilhões em contratações. O Banco do Brasil olha com atenção a expectativa de juros a longo prazo para definir condições dos recursos próprios que alimentam linhas de investimentos para a próxima safra. Nesta temporada, forma disponibilizados quase R$ 3 bilhões para o Moderfrota, que financia a compra de máquinas e equipamentos, e outros investimentos. Em novembro, o aporte foi de mais R$ 1 bilhão para esse fim, já esgotados. Um novo aporte semelhante foi feito recentemente. A expectativa é atender demanda, com mais R$ 4 bilhões para investimentos e custeio do Pronaf para serem aplicados. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.