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12/Mar/2021

Alta de preços agrícolas indica super ciclo em 2021

O aumento simultâneo de commodities agrícolas, minerais e de energia não são uma mera coincidência, mas consequência de uma conjuntura macroeconômica indutora de um "super ciclo", que deve ser mais curto do que o anterior, mas tem se mostrado mais forte, com valorização rápida desses produtos. O super ciclo se iniciou no segundo semestre de 2020 e deve durar até o fim deste ano. No caso do petróleo, que só entrou no super ciclo este ano, há expectativa de maior valorização até final de 2021, uma vez que commodities de energia têm grande correlação com a mobilidade e o turismo, que devem se recuperar com o progresso da vacinação contra Covid-19. Mas, o cenário para o petróleo depende muito das condições de oferta, como as decisões da Opep+ e políticas nos Estados Unidos, como de meio ambiente. Em relação às commodities agrícolas e minerais, a expectativa é de manutenção do preço em valor alto.

As políticas adotadas ao redor do mundo para evitar uma queda mais brusca da atividade e da renda em meio a pandemia de Covid-19 favoreceram a demanda por commodities. E, mesmo que, em alguns países, como no Brasil, já se vislumbre a retirada do estímulo monetário e, nos Estados Unidos, haja receio que o ajuste ocorra mais cedo, a política fiscal ainda está sendo afrouxada e, mesmo quando começar a ser normalizada, o impacto não é imediato. Uma política monetária frouxa barateia o crédito e, assim, favorece o consumo de bens de tecnologia e duráveis, como a construção, que, por sua vez, aumenta a procura por commodities metálicas. Já os estímulos fiscais, como os trilhões de dólares nos Estados Unidos e o auxílio emergencial no Brasil, prestes a serem renovados, influenciam a demanda por todas as commodities, especialmente as agrícolas. Outro fator relevante foi a valorização da moeda da China, o Renmimbi, em relação ao dólar desde o início da pandemia.

Até fevereiro, a apreciação era de 8%. Ainda que o recente avanço no retorno dos juros de 10 anos dos Estados Unidos tenha diminuído essa diferença, o Renmimbi deve continuar forte se o vigor do processo de normalização monetária não for tão alto. Com a moeda mais forte, a China, que já é a maior compradora de commodities do mundo, consegue comprar mais, ainda mais do Brasil, onde o Real tem perdido para o dólar. Tudo isso, em conjunto com a recuperação da atividade ao redor do mundo deve beneficiar os preços de commodities até o fim deste ano. Em resumo, esses pacotes provocaram uma antecipação do consumo futuro para consumo presente. Porém, o ciclo não deve ser tão longo como o último, que teve repercussões até 2015, mas também deve ser mais forte, com uma valorização muito rápida. Os efeitos dos estímulos fiscais e monetários não terminam com o fim das políticas, mas permanecem na cadeia no médio prazo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.