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11/Mar/2021

Efeito Estufa e impacto na produção de alimentos

De acordo com um novo estudo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), os sistemas de produção de alimentos são responsáveis por mais de um terço das emissões de gases de efeito estufa causadas pela atividade humana em todo o mundo. Em 2015, esses sistemas, que vão das mudanças no uso da terra para a produção agrícola às embalagens e gestão de resíduos, geraram 18 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Esse volume representa 34% do total, uma parcela que está diminuindo gradualmente (ela era de 44% em 1990), mesmo com as emissões dos sistemas alimentares aumentando em quantidades absolutas. Os dados são captados desde 1990, o que permite observar tendências atuais e futuras. Segundo o estudo, cerca de dois terços das emissões são causadas pela agricultura, pelo uso da terra e por mudanças no uso das áreas. Esse número é mais alto para os países em desenvolvimento, mas também está diminuindo significativamente com a redução do desmatamento e o aumento das atividades de processamento de alimentos e refrigeração.

A parcela dos sistemas alimentares dos países industrializados tem se mantido estável em 24%, enquanto nos países em desenvolvimento diminuíram sensivelmente, em parte devido a aumentos muito elevados nas emissões não alimentares. A fatia caiu de 68%, em 1990, para 39% em 2015. Os principais emissores são, pela ordem, China, Indonésia, Estados Unidos, Brasil, União Europeia e Índia. Os estágios de produção que levam os alimentos para a fazenda (incluindo insumos como fertilizantes) são agora os principais responsáveis pelo maior volume de emissões gerais do sistema alimentar, com 39% do total. O uso da terra e fatores relacionados contribuem com 38%, enquanto a distribuição é responsável por 29%, uma parcela que está crescendo e deve continuar em ascensão. O metano (CH4) é responsável por 35% das emissões de gases do sistema alimentar, praticamente o mesmo em países desenvolvidos e em desenvolvimento. O gás é gerado principalmente pela pecuária e pelo cultivo de arroz.

A pesquisa destaca ainda como os sistemas globais de produção de alimentos estão se tornando mais intensivos em energia, refletindo tendências nos setores de varejo, embalagem, transporte e processamento, cujas emissões estão crescendo rapidamente em alguns países em desenvolvimento. A refrigeração é responsável por quase metade do consumo de energia do setor de varejo e supermercado, cujas emissões aumentaram mais de quatro vezes na Europa desde 1990. As atividades da “cadeia de frio” mundial respondem por cerca de 5% das emissões globais do sistema alimentar, um número que deve aumentar. O estudo também revela que as embalagens agora geram 5,4% das emissões globais, mais do que qualquer outro fator da cadeia de abastecimento, incluindo transporte. No entanto, a intensidade das emissões varia notavelmente por produto, com vinho e cerveja sendo responsáveis por uma parcela significativa dos impactos das embalagens, enquanto bananas e açúcar de beterraba têm no transporte a contribuição mais alta. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.