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10/Mar/2021

FIAGRO: mercado financeiro prevê oportunidades

A iminente conversão em lei do Projeto de Lei (5191/2020) que cria os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) movimenta o mercado financeiro e de capitais. Gestoras de investimentos e bancos já se preparam para oferecer o produto, consultando investidores, estruturando times especializados em agronegócio e remanejando profissionais. Até empresas sem atuação direta nos mercados de capitais ou financeiro, mas ligadas ao agronegócio, como tradings, tendem a sentir efeitos das movimentações, com a perspectiva de executivos de longa data no agro serem atraídos para dar suporte à criação de Fiagros. A expectativa é geral, os investidores estão tentando entender as possibilidades e como fazer alocação de recursos em Fiagro.

A Riza Asset tem intenção de lançar alguns Fiagro para crédito (oferta de crédito) ou aquisição de terras. O momento é de as gestoras estruturarem seus times para colocar o produto na rua. Vai ter fundo de crédito que passará a olhar o agro, pessoas de tradings que irão para fundos de gestão, porque há competências complementares entre esses profissionais. Securitizadoras, empresas que atuam estruturando CRAs e outros títulos, também devem criar áreas para atuar como gestoras. A Mark 2 Market também enxerga securitizadoras entrando neste mercado. Pela competência (em fazer CRAs), as maiores devem colocar fundos para distribuir cotas. O PL do Fiagro foi aprovado no Senado no dia 2 de março, após passar pela Câmara dos Deputados no fim de dezembro.

Fundos nos moldes do Fiagro poderão destinar recursos a diversos ativos, como imóveis rurais, participações em empresas da cadeia produtiva agroindustrial, direitos creditórios do agronegócio ou imobiliários relativos a imóveis rurais, títulos de crédito do setor, títulos de securitização, como os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), cotas de fundos que apliquem mais de 50% de seu patrimônio nos ativos acima, dentre outros. O texto que passou no Senado também prevê que tanto investidores brasileiros como estrangeiros não residentes poderão adquirir cotas de um Fiagro. Em defesa do aval aos estrangeiros para participar de fundos de terras, o relator do projeto argumentou que tais investidores não terão posse ou domínio da terra, apenas cotas do fundo. A Riza Asset é uma das poucas gestoras com times ou profissionais especializados em agronegócio.

Além dela, há o BTG e uma ou outra casa focada no agro, como a Farm. A área de Agronegócio da Riza já atua com tipos de ativos que poderiam ser incluídos em um Fiagro. Conta com um fundo de investimento em terras, o Terrax, que captou R$ 489 milhões no ano passado e solicitou pedido de follow on (oferta subsequente de cotas) para levantar outros R$ 500 milhões (até R$ 500.000.085, precisamente) há pouco mais de uma semana. Também administra Fidcs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) focados em agronegócio, pelos quais aloca recursos em Cédulas de Produto Rural (título apresentado por produtores na aquisição de insumos ou contratação de empréstimos bancários, com quitação meses depois). A exemplo do que deve ocorrer no mercado, na Riza a tendência é de cada fundo ter como foco uma classe de ativos, já que para sua gestão é necessária uma equipe que conheça o bem investido.

É muito diferente um fundo que investe em participações em empresas (equity) do agro e outro que investe em terras. Um gestor de private equity é muito diferente de outro focado em crédito (títulos do agronegócio como CPRs e CRAs). O Itaú BBA também se prepara para o mercado do Fiagro. O banco tem gestoras, todo o negócio e está olhando ativamente o tema, mas sem um caminho claramente definido ainda". Há espaço para o Itaú levar tanto a grandes investidores como aos do varejo fundos nos moldes do Fiagro. É uma classe de ativo que pode ser levada a investidores e clientes em geral do banco, uma forma para correntistas e clientes investirem no agro de forma segura, dentro de um arcabouço bem estruturado e com gestão profissional. O Itaú também poderá servir os clientes do agronegócio com novos recursos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.