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09/Mar/2021

Frotas menos poluentes para as grandes empresas

Grandes empresas brasileiras estão tomando a frente no processo de tornar suas frotas de veículos menos poluentes e contribuir para metas de sustentabilidade. Com isso, caminhões e carros elétricos começam a aparecer mais nas ruas do País em atividades de prestação de serviços. A multinacional brasileira Ambev encomendou 2,6 mil caminhões elétricos que serão produzidos no País pela Volkswagen Caminhões e Ônibus e pela Fábrica Nacional de Mobilidade (FNM), mas decidiu acelerar a eletrificação de sua frota. Para isso fez parceria com a Eletra, de São Bernardo do Campo (SP), para converter inicialmente 102 veículos a diesel em elétricos, processo conhecido como retrofit. A CPFL Energia lançou projeto piloto na cidade de Indaiatuba (SP) para utilizar apenas carros movidos a eletricidade na prestação de serviços aos cerca de 90 mil clientes da companhia na cidade.

O projeto inclui o uso, ainda este ano, de 20 veículos elétricos, entre os quais dois caminhões exclusivos que estão sendo desenvolvidos pela Volkswagen Caminhões e Ônibus. O objetivo da CPFL é avaliar todas as fases do processo, incluindo logística, para que a companhia possa se preparar para estender a eletrificação a outras cidades. No caso da Ambev, o retrofit consiste em retirar todos os componentes agregados ao sistema de combustão, como motor, caixa de câmbio e tanque de combustível, e substituir pelo sistema elétrico. Além de ter uma frota mais sustentável, a empresa evita que, ao serem revendidos, esses caminhões continuem poluindo, pois a maioria continua em circulação por mais de 20 anos.

O novo acordo é mais um passo para a empresa atingir sua meta de reduzir em 25% a emissão de CO2 em toda sua cadeia operacional até 2025, compromisso assumido em 2018 que envolve várias iniciativas, entre as quais uma frota de veículos movida a combustível limpo. Hoje, a companhia de bebidas tem frota dedicada de 4,5 mil caminhões e continuará trabalhando em outras ações para que todos eles, ou o maior número possível, sejam movidos a combustíveis limpos. A Eletra informa que, após o retrofit, a emissão dos caminhões praticamente zera e a empresa tem direito a 100% de créditos de carbono referentes ao que o veículo deixa de jogar em CO2 na atmosfera. Todas as peças retiradas são recicladas e viram matéria-prima. O ciclo de sustentabilidade se fecha.

Dois caminhões retrofitados circulam em testes na Ambev há um ano, na distribuição de bebidas na zona sul de São Paulo e região. Antes da mudança, os veículos passam por revisão para garantir que a parte reaproveitada, como cabines, sistemas pneumáticos e de freios, está em ordem. Após o retrofit eles praticamente ficam novos. Além disso, os custos com manutenção são reduzidos em cerca de 50% em relação ao veículo a diesel. Segundo o resultado dos testes, o caminhão elétrico emite 0,05 Kg de CO2 por viagem, ou quase zero de emissões poluentes. O consumo médio é de 1 kW/h por quilômetro, o que representa economia de mais de 70% em relação ao similar movido a combustível fóssil. A ausência de ruído é outra vantagem.

Os custos com compra de veículos elétricos ou do processo de conversão são bancados pelos operadores logísticos da frota da Ambev, mas a empresa está sempre na retaguarda, inclusive financiando projetos. Na CPFL, os caminhões elétricos terão, por exemplo, cesto aéreo, usados por funcionários para acessar altos postes e realizar serviços de manutenção da rede elétrica. Os veículos movidos a diesel precisam ficar funcionando o tempo todo em que o cesto é acionado, resultando em gasto de combustível, emissão de poluentes e barulho. Com o veículo elétrico, a empresa vai acabar com as emissões de poluentes e sonora, além de reduzir custos com combustível. Indaiatuba terá 16 eletropostos para recarga.

Na frota haverá automóveis, furgões e picapes preparados para o atendimento à população. A companhia tem outros quatro projetos em andamento, como um ônibus circular da BYD, com fábrica em Campinas (SP), para o transporte interno na Unicamp. É um transporte gratuito que percorre, desde setembro, em média 250 Km por dia sem emissões. Trabalha também no desenvolvimento de postos de recarga com energia solar, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e o Instituto Tecnológico Edson Mororó Moura (Itemm) e estuda a segunda vida das baterias para evitar impactos ambientais do descarte. Por fim, desenvolve uma plataforma para gestão de veículos elétricos e eletropostos junto com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.