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05/Mar/2021

Mercosul-UE: persistência do entrave ambiental

Segundo o embaixador brasileiro na União Europeia, Marcos Galvão, o acordo entre a União Europeia e o Mercosul caminha lentamente. Segundo o diplomata, a partir de 2019, após a assinatura do acordo, começou-se a fazer uma revisão dos seus termos. Havia a parte de cooperação e política, que foi concluída no ano passado, mas há pendências. Entre elas está o fato de que a parte europeia exige claramente que o Brasil precisa reforçar seus compromissos, por meio de um documento de apoio e de esclarecimento, com foco na área ambiental, de desmatamento e em relação ao Acordo de Paris. O Brasil já sinalizou ao bloco europeu, de todas as maneiras que está disposto a ter esse diálogo.

Agora, é preciso aguardar os Estados-membros e a Comissão Europeia conversarem entre si sobre o que querem propor ao Brasil como conteúdo desse documento que acompanharia o acordo na tramitação da ratificação. Para o diplomata, entretanto, esse processo, por vários motivos, tem demorado mais do que devia, primeiro em função da pandemia de Covid-19, além da contração da economia europeia. A crise econômica cria um fator adicional para o atraso. Outros motivos apontados para a lentidão nas negociações do Acordo Mercosul-UE são as eleições na Alemanha este ano, e na França, no ano que vem. Em ambos os países, os Partidos Verdes e movimentos ambientalistas hoje têm força maior do que no ano passado, e o mesmo acontece no Parlamento Europeu, onde a pressão ambientalista atrapalha o fechamento do acordo com o Mercosul.

Entretanto, não há nenhuma sinalização de que o acordo não vá avançar, ao mesmo tempo em que não há sinais de reabertura do acordo. Mas, há uma discussão intensa em torno do que seria necessário como complemento político para a tramitação. No momento, a União Europeia é que deve dar prosseguimento, pois a proposta do documento de compromisso terá de partir deles. Porém, a questão ambiental é, de fato, um empecilho ao acordo. Sobre a imagem do Brasil no exterior e a diplomacia adotada pelo País, Galvão defendeu a volta do "soft power" brasileiro. O País é reconhecido e admirado por isso; deveria reforçar esta atitude. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.