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03/Mar/2021

Agronegócio segue liderando exportação no Brasil

Com vendas de US$ 100,63 bilhões, o agronegócio garantiu 43,3% da exportação nacional nos 12 meses até janeiro. O superávit comercial do setor, de US$ 87,50 bilhões, garantiu o saldo de US$ 51,50 bilhões acumulado na balança de mercadorias nesse período. Além das vendas de alimentos e de matérias-primas originárias do campo, os embarques de minérios também ocupam espaço importante no mercado internacional, contribuindo para a segurança externa da economia brasileira. O Brasil tem motivos, portanto, para festejar o vigor do comércio global de commodities, apesar do impacto das cotações internacionais nos preços internos de vários produtos e, por isso, no custo de vida de milhões de famílias. Destas, as mais atingidas são as mais pobres. Desde abril do ano passado subiram cerca de 40% os preços em dólar das 19 principais commodities agropecuárias e minerais, incluído o petróleo.

Economistas debatem se está ocorrendo um novo super ciclo ou se a alta será menos extensa, mas, de toda forma, os aumentos são em boa parte explicáveis pela recuperação do comércio mundial, puxado pela recuperação da China e, em ritmo menos intenso, de outras grandes economias. No Brasil e em muitos outros países, a reativação começou no fim do primeiro semestre do ano passado, depois de uma grande queda na fase inicial da pandemia. A retomada, no entanto, apenas começou e a atividade econômica, na maior parte do mundo, continua abaixo dos níveis de 2019. Os preços internacionais dos alimentos caíram no início da pandemia, começaram a recuperar-se em maio e em outubro superaram os do primeiro trimestre de 2020. Essa recuperação garantiu a receita de US$ 5,67 bilhões em janeiro com as exportações do agronegócio. Nesse mês o volume exportado foi 2,5% menor que o de um ano antes, por causa do atraso no plantio de soja e do baixo estoque de passagem, mas o preço médio obtido foi 2,5% maior que o de janeiro do ano passado.

A Ásia, graças à China, se manteve como principal destino dos bens exportados pelo agronegócio brasileiro, com transações no valor de US$ 52,28 bilhões em 12 meses e de US$ 2,43 bilhões em janeiro. A União Europeia continuou como segunda maior região importadora, tendo comprado US$ 15,11 bilhões em 12 meses e US$ 960,25 milhões no começo deste ano. Há pelo menos dois motivos para comemorar esses números. O primeiro é o próprio valor exportado para esses compradores. O segundo é a manutenção dos negócios. O comércio se mantém, apesar dos desaforos de Bolsonaro e de sua turma ao governo chinês. Além disso, a União Europeia segue comprando, mesmo com os argumentos fornecidos pelo Executivo brasileiro, com sua desastrosa política ambiental, aos protecionistas europeus, especialmente à França. Não há relação entre a exportação brasileira de alimentos, como soja e carnes, e as queimadas na Amazônia. Mas, o presidente francês, Emmanuel Macron, mistura os dois assuntos, aproveitando a insistência do presidente Bolsonaro em proteger os desmatadores e destruidores do solo amazônico.

Qualquer esclarecimento será difícil enquanto o governo federal insistir em negar o inegável: os bem documentados incêndios em florestas. Além de empenhado em justificar erros evidentes, o governo brasileiro agora joga sozinho, sem a companhia do líder de Bolsonaro, o ex-presidente norte-americano Donald Trump. As cotações internacionais das commodities também afetam os valores no mercado nacional. Os preços por atacado subiram 3,28% em fevereiro e 40,11% em 12 meses, segundo o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Embora de forma limitada, esses aumentos afetam o varejo, pressionando principalmente o custo da alimentação. Os preços da comida são especialmente importantes para famílias com os padrões de renda mais comuns no Brasil. A pressão é intensificada pela alta do dólar, efeito da insegurança causada pelas imprudências do presidente. Pelo menos esse efeito ele poderia atenuar, se desse mais atenção do que tem dado às funções e responsabilidades presidenciais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.