24/Fev/2021

A nomeação de um novo presidente para o comando da Petrobras e a decisão sobre a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) intensificaram o cenário de incerteza e intervenções na política brasileira. Segundo o Rabobank, os dois acontecimentos diminuíram as expectativas para privatizações e estabeleceram uma perspectiva fiscal mais nebulosa na margem. A incerteza por si só tende a aumentar o prêmio de risco, desvalorizando ainda mais o Real e potencialmente levando o Copom a promover mais aumentos da taxa Selic do que antes. Apesar de ser improvável um cenário intervencionista, as privatizações, a exemplo da Eletrobras e dos Correios, parecem estar ainda mais rebuscadas do que antes, e há riscos crescentes de mais diluições nas reformas fiscais. Ainda no que tange os próximos acontecimentos, deve haver uma queda no IPCA-15 de fevereiro, que será divulgado nesta quarta-feira (24/02). A expectativa é que o índice diminua o ritmo para 0,50%.

Estima-se que a maior parte da desaceleração na variação semestral terá origem principalmente na habitação, com o aumento das contas de luz. Enquanto isso, o grupo de alimentos e bebidas, que caminha para a normalização após vários meses de fortes altas, deve continuar reforçando o quadro de desaceleração. Apesar da incerteza sobre a situação fiscal e a pandemia, as atenções devem estar focadas nos principais indicadores de inflação. A divulgação do IGP-M, na quinta-feira (25/02), deve estar no radar. A expectativa é de desaceleração para 2,24% na comparação mensal e 28,6% na comparação anual. Enquanto isso, a taxa de desemprego, a ser divulgada na sexta-feira (26/02), deve cair para 13,9%. Ainda aguardando detalhes mais concretos sobre os planos fiscais do governo, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) não prevê redução do programa de compra massiva de ativos por algum tempo, mas nota-se aumento dos temores sobre os custos crescentes de empréstimos e pressão sobre os preços. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.