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19/Fev/2021

Combustíveis: Petrobras efetua maior alta do ano

Segundo o Sincopetro-SP (representante de donos de postos de São Paulo), a alta dos preços do óleo diesel e da gasolina vai chegar às bombas a partir desta sexta-feira (19/02). A Petrobras anunciou reajuste de 15,2% para o diesel e de 10,2% para a gasolina. Este foi o aumento mais intenso do ano e a quarta vez que a empresa revê os seus preços desde o início de janeiro. Em menos de dois meses, a gasolina da Petrobras ficou 34,8% mais cara e o diesel, 27,5%. Com tamanho avanço, o esperado é que os reajustes tenham efeito na inflação. Tal magnitude de reajuste na refinaria deve afetar as bombas apenas no terceiro decêndio de fevereiro, com grande parte do impacto no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de março. Até então, os donos de postos estavam conseguindo segurar ao menos parte dos reajustes da Petrobras. No ano, a gasolina subiu na revenda 7% e o diesel, 4,3%. Com a pandemia de coronavírus, o consumo de combustíveis caiu.

Esse fator, somado à concorrência, fez com que os donos de postos contivessem parte dos reajustes da Petrobras até esta semana. Mas, a partir de agora, a tendência é que os consumidores sejam mais afetados. Com o novo aumento, vai ser muito difícil conter o preço na bomba. As revendas têm reduzido suas margens de lucro e cortado custos, principalmente, demitindo funcionários. Por conta dos preços dos seus combustíveis, a Petrobras tem sido alvo de pressão neste ano. De um lado, os caminhoneiros, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, reclamam do valor do diesel, que estaria comprometendo seus ganhos com o serviço de transporte. Eles chegaram a ameaçar a repetir no início deste mês a greve que parou o País em maio de 2018. Em sentido oposto, um grupo de empresas importadoras afirma que o diesel e a gasolina da Petrobras estão baratos se comparados aos valores de importação. Isso estaria comprometendo a competição de mercado, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom).

A Petrobras, ao comunicar o novo aumento nesta quinta-feira (18/02), reafirmou o argumento que tem repetido desde janeiro, de que mantém uma política de paridade internacional, em que os preços internos são formados por um somatório de cotação internacional e custos de importação. Com isso, toda vez que o petróleo sobe nas principais bolsas de negociação no mundo, seus derivados, como a gasolina e o diesel, ficam mais caros nas refinarias da Petrobras. A variação cambial também pesa nessa conta. Segundo a empresa, se não acompanhar os preços internacionais, alguns mercados poderão ficar desabastecidos. O alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras.

Com a abertura do mercado de refino e a aquisição das fábricas de combustíveis pela iniciativa privada, não há mais a garantia de que todos os mercados serão atendidos. Isso porque, se os combustíveis estiverem mais valorizados no exterior, os novos donos das refinarias poderão optar por exportar seus produtos. Neste ano, o petróleo do tipo Brent, negociado na Bolsa de Londres, já subiu 24%. Na quarta-feira (17/02), a commodity avançou mais um pouco, após o American Petroleum Institute (API) anunciar que o estoque dos Estados Unidos foi reduzido em 5,8 milhões de barris na última semana. Um rigoroso inverno no Texas, que prejudicou as operações em refinarias do maior Estado produtor de petróleo dos Estados Unidos, também está ajudando a sustentar a commodity. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.