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04/Fev/2021

Coalizão Brasil Clima ganha adesões de empresas

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, que se define como o maior exercício multissetorial que existe hoje no Brasil no debate do enfrentamento à crise climática, ganhou o reforço de três importantes nomes: o grupo Pão de Açúcar, a Abiove (entidade que reúne os processadores de soja no País), e a Precious Wood, referência global no manejo de madeira. Com estes são 275 membros do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia, o maior número desde a formação do movimento, em 2015, o que indica que a Coalizão se tornou importante força política rumo à economia descarbonizada. Em 2020 a Coalizão participou de ações em torno da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, pauta que tramitou 13 anos no Congresso e foi sancionada em janeiro.

Apresentou um plano de ações estratégicas para reduzir o desmatamento e revelou preocupação com a revisão da meta climática brasileira encaminhada à Organização das Nações Unidas (ONU), entre outras manifestações. Em outubro ganhou a adesão dos três maiores bancos do País: Santander, Bradesco e Itaú Unibanco. A força política da Coalizão ficou clara em dezembro de 2019, quando foi protagonista de uma controvérsia. À véspera da rodada de negociação climática, a COP 25, em Madri, seis entidades do agronegócio saíram do movimento. Era um momento de crise entre o agronegócio mais progressista e a ala conservadora do setor menos envolvida com questões socioambientais, situação tensionada pelas posições defendidas pelos ambientalistas. A saída teria sido provocada por pressões de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente e chefe da delegação brasileira em Madri.

A Abiove informou tem compromisso com a sustentabilidade e a Coalizão é o espaço para avançar nesta questão. A Coalizão ganhou muita relevância e se tornou um fórum com importância reconhecida no mundo todo. Em 2020, investidores internacionais, varejistas e consumidores europeus começaram a pressionar o Brasil para conter o desmatamento da Amazônia e as queimadas. A Coalizão entendeu o tamanho do risco que o Brasil está correndo. A Coalizão defende todos os princípios de sustentabilidade em que acredita e busca metas que defende de redução do desmatamento, do combate ao comércio ilegal de madeira, de criação da bioeconomia. Uma posição da Coalizão não é só de ONGs ou só de empresas. Tudo tem base técnica. Segundo o Grupo Pão de Açúcar (GPA), a Coalizão trabalha há algum tempo com cadeias de valor da carne e de óleo de palma, com foco na conservação de biomas e no combate ao desmatamento. Questões complexas têm soluções complexas e precisam de posições debatidas com diversos setores.

A empresa tem controle da origem da carne dos frigoríficos e das fazendas diretas. Mas, é preciso avançar mais. Por isso a importância de participar de um organismo como este, multisetorial. A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) considera que são nomes muito significativos a aderirem como novos membros. As posições da Coalizão são aprovadas depois de alcançar consenso de grupos com posicionamentos diversos e às vezes opostos. Há discussões constantes de temas relacionados à economia de baixo carbono em câmaras técnicas. Propostas de políticas públicas são sugeridas a funcionários de governos. A Coalizão tem hoje 53 empresas, 77 ONGs, 17 representantes da Academia, 14 escritórios de advocacia, 16 associações do setor privado entre outros. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.