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26/Jan/2021

Plano Safra 2021/2022: mais equalização de juros

O Ministério da Agricultura vai tentar mais uma vez aumentar os recursos do Tesouro Nacional usados na equalização de juros do crédito rural. Para o Plano Safra 2021/2022, que começará em julho e no momento está sendo formulado, o pedido feito para a equipe econômica é de R$ 15 bilhões para a subvenção dos financiamentos. Para a atual temporada, a Pasta já havia pleiteado esse volume, mas ficou com R$ 11,5 bilhões, acima dos R$ 10 bilhões dos anos anteriores. Para construir um Plano Safra mais audacioso, o ministério não depende apenas da habilidade política da ministra Tereza Cristina e o entrosamento com o Ministério da Economia.

O reforço no caixa é um desafio matemático e fiscal para o governo, mais endividado, com uma série de despesas extras causadas pelo coronavírus, e que tem de administrar as amarras legais do orçamento e o teto de gastos imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Além dos R$ 15 bilhões pretendidos para a equalização do crédito, o governo anunciou R$ 1,3 bilhão para o Seguro Rural em 2021, que ainda precisam ser garantidos no orçamento. Também entram na conta dos subsídios dos cofres da União para a agricultura recursos para operações de comercialização e preços mínimos, todos com valores também bilionários.

O Proagro, operado pelo Banco Central para indenizar pequenos produtores por suas perdas, é outro que deve contar com mais dinheiro, já que há riscos do clima na Região Sul. Tereza Cristina aposto no desempenho positivo do agronegócio durante a pandemia para o convencimento. Está sendo feito o mesmo pleito do ano passado (R$ 15 bilhões para o Plano Safra). Já houve conversas iniciais, mas é preciso a aprovação do orçamento para depois negociar. Mesmo com todas as dificuldades, o Ministério da Agricultura vai bater firme na meta de que é preciso, pois o setor deu resposta. A resposta não veio somente com o aumento da produção, mas no apetite pelo crédito rural, principalmente nos investimentos.

Os recursos equalizados quase se esgotaram na metade da temporada, e a tentativa de aporte extra de R$ 4 bilhões já está praticamente descartada, apesar da cobrança do setor. Na semana passada, agricultores familiares do Rio Grande do Sul pediram R$ 700 milhões a mais para o Pronaf Mais Alimentos no Estado. Mas, o Mapa salienta que é difícil atender. A demanda por crédito no campo é alta, e o quadro de limitação de recursos se acentua com a ainda tímida atuação dos bancos privados no segmento. A aversão ao risco do mercado jogou a procura por financiamentos para as linhas subsidiadas, que estavam mais abastecidas devido aos R$ 1,5 bilhão a mais que a ministra da Agricultura garantiu para esta safra.

Como o enfrentamento da pandemia prossegue, 2021 ainda deve ser um ano atípico. Com isso, o ministério vai direcionar a maior parte dos recursos para pequenos e médios produtores no próximo Plano Safra e, em paralelo, cobra mais participação dos bancos privados. A baixa inadimplência do setor e os bons resultados da produção e dos preços dos produtos estão entre os argumentos nas conversas com executivos da área financeira. Novos ajustes devem ser feitos na legislação para diminuir a burocracia e facilitar a atuação desses agentes. A ministra Tereza Cristina está conversando com o Banco Central para melhorar as regras. A expectativa é de amis bancos entrando com mais capital próprio no agro. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.