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25/Jan/2021

EUA querem avanços do Brasil no meio ambiente

O embaixador dos Estados Unidos, Todd Chapman, afirma que o presidente Joe Biden deseja ver avanços concretos na pauta ambiental com o Brasil. Ele disse que Biden já deixou claro que o meio ambiente será um "pilar" da administração democrata. A mudança já ficou evidente com a decisão de Biden de levar os Estados Unidos de volta à Organização Mundial da Saúde (OMS) e ao Acordo de Paris, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Uma primeira indicação foi a nomeação de John Kerry, ex-secretário de Estado do governo Barack Obama, como embaixador para o Clima. Temas como conservação, energias renováveis e carbono ganharão importância. Kerry esteve na Cúpula da Terra, em 1992, realizada no Rio de Janeiro. O presidente Biden e o secretário Kerry vão querer ver mais oportunidades de avançar nesse diálogo e fazer coisas concretas. Isso já é bastante evidente para todo mundo, incluindo o governo brasileiro.

A expectativa é de chegar a entendimentos importantes não somente para Brasil e Estados Unidos, mas também para o planeta. O meio ambiente é um dos temas de atrito entre os dois presidentes e marcou única menção ao Brasil na campanha eleitoral nos Estados Unidos, quando Joe Biden afirmou que reuniria outros países para oferecer US$ 20 bilhões de ajuda para conservação na Amazônia. E prometeu pressionar o governo Bolsonaro a agir, ameaçando sanções econômicas. O embaixador afirmou que países amigos devem conversar de forma franca e honesta e pediu atenção dos dois lados. Ele afirma que as conversas devem olhar para o futuro, mas reconhece que há divergências a tratar. A comunicação aberta e clara é muito melhor do que a falta de comunicação ou através de intermediários, afirmou. Para ele, é preciso facilitar o diálogo entre os governantes, encontrar novas oportunidades, mas também notando que há desafios.

As palavras e a maneira de comunicação vão ser muito importantes. É preciso também muita atenção nas palavras e nas comunicações para trabalhar de maneira bastante disciplinada para chegar a uma relação produtiva para os dois lados. Nesse sentido, o embaixador elogiou o tom e o pragmatismo da carta escrita por Jair Bolsonaro a Biden, a segunda concessão pública feita pelo Palácio do Planalto desde que Biden foi confirmado como eleito. Até então, porém, Bolsonaro e seus auxiliares se recusavam a reconhecer a vitória democrata e ecoavam suspeitas de fraude, alegada pelo ex-presidente Donald Trump, que se mostraram infundadas. Questionado sobre o fato de Bolsonaro ter falado em fraude nas eleições, Chapman disse que é importante que a relação entre os países ocorra num cenário de realidade e pediu combate à desinformação. É importante que informações falsas não sejam espalhadas, disse ele.

O diplomata afirmou que haverá continuidade da relação em temas-chave, como economia, segurança, educação e militar, nas quais há cooperação permanente. Sempre vai haver mudanças de algum tipo ou outro, mas as instituições trabalham muito em conjunto. Ele indicou que o líder da diplomacia de Biden deverá analisar a continuidade de programas como o Clean Network (Rede Limpa), iniciativa que busca barrar a participação da empresa chinesa Huawei no fornecimento de redes para telefonia 5G ao redor do mundo. O programa lançado por Trump não consta mais listado no site da Secretaria de Estado dos Estados Unidos. O que vai continuar é a ênfase na importância da segurança da tecnologia, proteção da propriedade intelectual e de dados. O Clean Network tem muito apoio no mundo, não só os Estados Unidos e é um dos temas que o novo secretário de Estado terá que olhar. Chapman afirmou que o presidente Joe Biden fez uma chamada nacional à unidade à nação e reconhece que há divisões internas. Ele afirmou que a democracia foi preservada no país e rechaçou a violência e a turbulência durante a invasão do Congresso por parte de apoiadores extremistas de Trump. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.