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13/Jan/2021

Inflação acumulada de 2020 supera expectativas

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta terça-feira (12/01), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 1,35%, ante um avanço de 0,89% em novembro. A taxa acumulada pela inflação no ano de 2020 ficou em 4,52%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,46% em dezembro, após um avanço de 0,95% em novembro. O resultado de dezembro foi o mais elevado desde janeiro de 2016, quando o INPC subiu 1,51%. A taxa foi a mais alta para meses de dezembro desde 2002, quando tinha aumentado 2,70%. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 5,45% no ano de 2020. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A conta de luz pesou no orçamento das famílias em dezembro. Os gastos com Habitação subiram 2,88%, o maior impacto de grupo sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), uma contribuição de 0,45%.

A energia elétrica subiu 9,34%, item de maior pressão sobre a inflação do mês, 0,40%. Após 10 meses consecutivos de vigência da bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, passou a vigorar em dezembro a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, houve reajustes tarifários em Rio Branco/AC (11,05%) e Porto Alegre/RS (11,55%). Também ficaram mais caros em dezembro a taxa de água e esgoto (0,10%), em consequência de reajustes em Vitória/ES e Belo Horizonte/MG, e o gás encanado (0,23%), puxado pela alta no Rio de Janeiro/RJ. Os preços do gás de botijão subiram 1,99%, acumulando um avanço de 9,24% no ano de 2020. As famílias brasileiras gastaram 1,36% a mais com Transportes em dezembro, um impacto de 0,27% sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As passagens aéreas subiram 28,05%, uma contribuição de 0,12% para a inflação do mês, com altas em todas as regiões pesquisadas, desde um aumento de 1,65% em Rio Branco/AC até 44,19% em Recife/PE.

O transporte por aplicativo ficou 13,20% mais caro em dezembro. A gasolina aumentou pelo sétimo mês consecutivo, com alta de 1,54% em dezembro, um impacto de 0,08% no IPCA. O etanol avançou 1,32%, enquanto o óleo diesel teve elevação de 2,08%. O gás veicular ficou 4,27% mais caro. O ônibus urbano teve queda de 0,10%, em consequência da redução de 3,19% nas tarifas de Porto Alegre/RS vigente desde 9 de novembro. No ano de 2020, o preço de passagem aérea ainda recuou 17,15%, enquanto o transporte por aplicativo caiu 5,77%. A alta de dezembro não foi suficiente para compensar queda ao longo do não. As famílias voltaram a gastar mais com alimentos no mês de dezembro, embora a alta de preços tenha sido mais branda que a de novembro. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 2,54% em novembro para um avanço de 1,74% em dezembro. O grupo contribuiu com 0,36% para a taxa de 1,35% do IPCA no mês.

Os alimentos para consumo no domicílio subiram 2,12% em dezembro. O tomate ficou 13,46% mais barato, e as altas em dezembro foram menos intensas nos preços das carnes (3,58%), do arroz (3,84%) e do óleo de soja (4,99%). Por outro lado, as frutas passaram de aumento de 2,20% em novembro para 6,73% em dezembro. A alimentação fora do domicílio aumentou 0,77% em dezembro, ante elevação de 0,57% em novembro. Ficaram mais caros no último mês a refeição fora de casa (0,74%) e o lanche (0,89%). Os preços da Alimentação e Bebidas subiram 14,09% em 2020, maior impacto de grupo sobre IPCA do ano, uma contribuição de 2,73% para a taxa de 4,53%. A alta nos alimentos foi a mais acentuada desde 2002, quando os preços subiram 19,47%. O custo da alimentação no domicílio aumentou 18,15% em 2020, maior variação desde 2002, quando subiu 21,59%. A alimentação fora do domicílio ficou 4,78% mais cara no ano passado. No ano de 2020, os preços para alimentação para consumo no domicílio foram bastante afetados.

Existem vários motivos para tanto: as pessoas estiveram mais em casa por conta do isolamento social e precisaram fazer mais refeições no domicílio; restrição de oferta, com a questão da exportação por conta de câmbio mais desvalorizado, que favorece a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional que restringe a oferta no mercado doméstico; além do auxílio emergencial. Todos os nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram alta de preços em dezembro. Os aumentos nos custos da habitação, alimentação e transportes responderam por 80% da taxa de 1,35% do IPCA no mês. O grupo Habitação subiu 2,88% em dezembro, um impacto de 0,45% sobre a inflação. Alimentação e bebidas aumentaram 1,74%, impacto de 0,36%, e Transportes avançaram 1,36%, impacto de 0,27%. Os demais acréscimos ocorreram em Saúde e cuidados pessoais (0,40%), Educação (0,48%), Artigos de residência (1,76%), Vestuário (0,59%), Despesas pessoais (0,65%) e Comunicação (0,39%).

Os Artigos de residência tiveram a segunda maior variação entre os nove grupos pesquisados. Os artigos de TV, som e informática subiram 2,52%, mobiliário aumentou 2,92%, e eletrodomésticos e equipamentos avançaram 1,00%. Com a coleta extraordinária feita em dezembro nos itens do grupo Educação, os cursos regulares subiram 0,55%, impacto de 0,02% sobre a inflação. A maior variação ocorreu na educação de jovens e adultos (3,83%), seguida pela creche (1,54%) e ensino médio (1,19%). Houve quedas no curso técnico (-0,79%) e pós-graduação (-0,77%). Em algumas áreas teve alta, em outras teve queda. Todas as 16 regiões pesquisadas apresentaram altas de preços em dezembro. O menor resultado foi o do município de Aracaju/SE (0,91%), enquanto o mais elevado foi registrado no município de São Luís/MA (2,18%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.