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11/Jan/2021

Altas dos alimentos segue onerando mais pobres

Tem sido notável a diferença do impacto da alta média dos preços sobre os orçamentos das famílias de baixa renda e os das com renda alta. Padrões de consumo diferenciados entre as famílias de acordo com sua faixa de renda explicam essa variação. A alta de vários itens do grupo "alimentação e bebidas" é expressiva nos últimos meses. O arroz, por exemplo, subiu 69,5% em 2020; o feijão, 40,8%; as carnes, 13,9%; o frango, 14,0%; o leite, 25,0%; e o óleo de soja, 94,1%. No outro extremo, em 2020, caíram os preços das passagens aéreas (-35,3%), do transporte por aplicativo (-16,8%), da gasolina (-1,7%) e dos itens de recreação (-1,1%). As famílias que consomem proporcionalmente mais os itens da primeira lista e menos os da segunda obviamente sentiram mais a inflação em 2020 do que as que gastam menos com alimentos e mais com itens como transporte e lazer. A diferença, aferida mensalmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), é expressiva. A inflação de 2020 chegou a 4,56% para as famílias de renda muito baixa; para as de renda alta, limitou-se a 1,68%.

O fosso se mantém na inflação acumulada em 12 meses: 5,80% para as famílias de renda muito baixa e 2,69% para as de alta renda. No resultado acumulado de 12 meses, desde maio tem havido aceleração da inflação para todas as faixas de renda. Para as de renda muito baixa, a aceleração é mais intensa. Ainda não há indicações de que essa tendência pode mudar. Consequentemente, a taxa de inflação acumulada em 12 meses do segmento de renda mais baixa mantém sua trajetória de aceleração em ritmo superior àquela apontada na classe de renda mais alta, segundo o Ipea. A pesquisa considera que o grupo alimentação e bebidas responde por 28% dos gastos das famílias de renda muito baixa. No caso das famílias de alta renda, o peso desses itens cai para 13% do orçamento doméstico. A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sem levar em conta diferenças de renda, fica, obviamente, entre os extremos, de 4,31% em 12 meses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.