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11/Jan/2021

Dólar dependente do sucesso das medidas fiscais

Bancos, consultorias internacionais e corretoras locais veem a moeda americana furando os R$ 5 pontualmente neste ano de 2021. Mas, para permanecer neste nível de forma sustentada, será preciso que o governo de Jair Bolsonaro avance com o ajuste fiscal - o que analistas veem como uma dificuldade para 2021. Bancos como JPMorgan, Citibank, Commerzbank, Morgan Stanley e Bank of America, além de consultorias como a Capital Economics e corretoras, como a Commcor e NGO, veem o dólar acima de R$ 5 nos próximos meses. Mas, com chance do fluxo para emergentes seguir forte, em meio à liquidez sem precedentes no mercado financeiro internacional, o Real pode ter apreciação pontual no início deste ano de 2021. Cálculos de bancos como o Citibank e da gestora Verde Asset Management indicam que o dólar possa estar 20% acima do preço justo no Brasil.

A visão é de patamar de câmbio mais depreciado do que o atual, segundo o banco americano Citi. O ruído político deve seguir alto, na medida em que crescem os casos de coronavírus no País. O banco projeta o dólar a R$ 5,43 no fim de 2021, ano em que o governo deve superar o teto de gastos em ao menos em R$ 75 bilhões. Se o início da vacinação no Brasil ocorrer no primeiro trimestre de 2021, será fator de comemoração nos mercados. Se ficar para depois, poderá prejudicar a recuperação da arrecadação e da economia do País, segundo a corretora Commcor. O começo do próximo ano tende a ser favorável a ativos de risco por causa da vacinação contra a Covid-19 em andamento em vários países, estímulos fiscais abundantes e juros baixos no mundo. Mas, para o Brasil surfar na onda externa positiva, será preciso que o governo consiga aprovar as reformas administrativa e tributária no primeiro semestre e cumprir o teto de gastos.

A Verde calcula que o dólar mais justo seria na casa dos R$ 4,20, mas, com a situação fiscal, a moeda opera bem acima desse patamar. Se o governo furar o teto em 2021, o nível do dólar pode subir ainda mais 10% a 15%. Para a Verde, dada a situação fiscal muito frágil do Brasil, furar o teto seria muito ruim, mesmo que isso seja feito de forma provisória. A corretora NGO acredita que a taxa de câmbio poderia já ter furado os R$ 5 pela pressão vinda do dólar frágil no exterior e por causa dos juros muito baixos no mundo. Mas antevê dificuldades políticas até o começo de fevereiro para implementar reformas e medidas de ajuste fiscal, por causa da eleição às presidências da Câmara e do Senado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.