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18/Dez/2020

PIB da América Latina e Caribe terá forte queda

De acordo com Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2020 divulgado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), a taxa de crescimento da região da América Latina e Caribe deverá ser de 3,7% em 2021. No entanto, essa alta não será suficiente para recuperar os níveis de atividade econômica pré-pandemia. Em 2020, a contração da atividade econômica deverá ser de 7,7%. A recuperação do nível do produto interno bruto (PIB - soma das riquezas produzidas pelos países) anterior à crise deste ano será lenta e só será alcançada por volta do ano de 2024. Em um contexto de contração global, essa é a região mais atingida do mundo em desenvolvimento pela crise derivada da Covid-19.

A dinâmica do crescimento em 2021 está sujeita a uma alta incerteza relacionada com o risco de surtos da pandemia, da agilidade para produzir e distribuir as vacinas e da capacidade para manter os estímulos fiscais e monetários para apoiar a demanda agregada e os setores produtivos. Avançar para um crescimento sustentável e inclusivo exige uma transformação produtiva para setores ambientalmente sustentáveis, que favoreçam a geração de emprego e a inovação tecnológica. A América do Sul deve ter uma contração de 7,3% em 2020 e cresceria 3,7% em 2021. A América Central cairia 6,5% no período atual e se expandiria 3,8% no próximo ano. O Caribe registraria uma contração de 7,9% em 2020 e um crescimento de 4,2% em 2021.

Embora os esforços fiscais e monetários realizados pelos países tenham permitido mitigar os efeitos da crise, as consequências econômicas e sociais da pandemia foram exacerbadas pelos problemas estruturais históricos da região. Além disso, a região apresentava um baixo crescimento econômico, em média 0,3% no período de 2014-2019, e especificamente em 2019 uma taxa de 0,1%. Na década anterior à pandemia, a região apresentava uma trajetória de baixo crescimento e em 2020 enfrenta uma combinação de choques negativos de oferta e demanda sem precedentes, o que se traduz na pior crise econômica dos últimos 120 anos. Houve ainda a necessidade de implementar políticas de confinamento, distanciamento físico e fechamento de atividades produtivas.

A combinação de todos esses fatores fez com que a emergência sanitária se materializasse na pior crise econômica, social e produtiva vivida na região. A contração da atividade econômica foi acompanhada por um aumento da taxa de desocupação, que deverá ficar em torno de 10,7% em 2020, e um aumento da pobreza e da desigualdade. Para evitar que a região persista em sua dinâmica de baixo crescimento, são necessárias políticas fiscais e monetárias expansivas junto com políticas ambientais e industriais que permitam as transformações estruturais de que a região necessita e promovam um desenvolvimento sustentável.

Há necessidade de investir na reativação e na transformação econômica e social, mediante o fomento do investimento intensivo em emprego e, de forma ambientalmente sustentável, em setores estratégicos; estender a renda básica às pessoas em situação de pobreza; conceder financiamento às micro, pequenas e médias empresas; fornecer incentivos para o desenvolvimento produtivo, revolução digital para a sustentabilidade e tecnologias limpas; e universalizar os sistemas de proteção social. Além dos esforços nacionais, a recuperação vai exigir financiamento e cooperação internacional.

A Cepal enfatizou a necessidade de utilizar instrumentos como a emissão e realocação dos Direitos Especiais de Saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) para fortalecer as reservas dos países da região e os acordos regionais, além de incluir os países de renda média vulneráveis na iniciativa de moratória da dívida do G-20. Outra possibilidade citada é uma medida de alívio à carga da dívida do Caribe, juntamente à criação de um fundo de resiliência e capitalizar as instituições de crédito multilaterais, regionais e nacionais. Fonte: Agência Brasil. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.