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15/Dez/2020

USDA será comandado novamente por Tom Vilsack

A nomeação de Tom Vilsack para retornar ao comando do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no governo do presidente eleito Joe Biden gerou elogios e críticas de grupos agrícolas e de segurança alimentar, sinalizando os desafios que a agência tem pela frente. Ex-governador de Iowa, Vilsack chefiou o USDA durante a gestão do ex-presidente Barack Obama. Ele foi o único secretário do governo Obama a permanecer na função durante os oito anos dos dois mandatos (de 2009 a 2017). Os desafios são enormes, segundo Andrew Novakovic, professor emérito de economia agrícola da Universidade Cornell que trabalhou para o USDA durante o mandato de Vilsack. O USDA, com um orçamento de US$ 153 bilhões para 2020, supervisiona todos os aspectos da produção de alimentos do país. Ele regula sementes geneticamente modificadas, faz seguro de lavouras, promove exportações agrícolas e inspeciona unidades de processamento de carnes.

A agência também ajuda a definir as diretrizes dietéticas dos EUA e administra o Programa de Assistência à Nutrição Suplementar, anteriormente administrado por meio de cupons de alimentos. Biden enfrentou pressão de alguns grupos de consumidores para nomear alguém com foco na assistência alimentar, depois que a pandemia de Covid-19 elevou o desemprego e levou famílias a recorrer aos bancos de alimentos em todo o país. O histórico comprovado do secretário Vilsack de priorizar programas federais de nutrição e apoiar os produtores rurais dos EUA será fundamental para ajudar as comunidades que estão sofrendo agora, segundo Claire Babineaux-Fontenot, diretora da organização de combate à fome Feeding America. Vilsack atuou no conselho de administração da organização após seu mandato no USDA.

No entanto, a organização de agricultores e trabalhadores Family Farm Action disse que Vilsack tem um histórico de favorecimento a grandes empresas agrícolas e de alimentos, o que levanta questões sobre como ele daria prioridade às comunidades em dificuldade. A equipe de transição de Biden disse que Vilsack está empenhado em promover igualdade e inclusão em todas as missões da agência. Como secretário de Agricultura, Vilsack vai enfrentar a tarefa de fortalecer o setor agrícola dos EUA. Quando ele deixou o cargo, no início de 2017, a economia agrícola dos EUA estava em declínio, com o lucro líquido do setor caindo 40% em relação ao recorde de quatro anos antes, por causa de sucessivas safras robustas que aumentaram a oferta e derrubaram os preços. Desde então, os mercados agrícolas foram atingidos pelas disputas comerciais do presidente Trump com China, México e Canadá, que levaram o governo a aumentar significativamente os pagamentos a agricultores.

Durante uma entrevista em setembro, Vilsack disse que a dependência do setor agrícola da ajuda do governo para enfrentar dificuldades causadas por disputas comerciais e pela pandemia de Covid-19 mostrou a necessidade de novas políticas. "Não acho que a maioria dos agricultores queira pagamentos do governo", disse Vilsack, na época assessor da campanha de Biden. Segundo a Universidade Cornell, o USDA geralmente não tem controle direto sobre as decisões políticas que tocam em alguns dos tópicos mais espinhosos que a agricultura enfrenta, como comércio, trabalho e mudança climática. É aqui que um relacionamento pessoal com Joe Biden pode ser particularmente útil.

Grupos que representam produtores de milho e soja, bem como frigoríficos e produtores orgânicos, gostaram da indicação de Vilsack. Eles disseram que sua experiência anterior na agência ajudaria os agricultores a enfrentar a pandemia. Grupos que representam minorias e trabalhadores da cadeia de alimentos, no entanto, disseram estar preocupados com o comprometimento de Vilsack com sua causa, e mencionaram críticas anteriores ao tratamento dispensado pela agência a minorias. A equipe de transição disse que Vilsack, durante seu mandato no USDA, aumentou os empréstimos para agricultores desfavorecidos e está empenhado em reconhecer e eliminar práticas discriminatórias. A National Black Farmers Association, que fez campanha para Biden e trabalhou com sua equipe de transição, disse que "queria alguém novo". Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.