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15/Dez/2020

Brexit é oportunidade aos exportadores brasileiros

Frutas, peixes, farinhas, óleos vegetais, mel, bebidas alcoólicas e couro estão na lista de 50 produtos com alto potencial para ampliação de vendas para o mercado britânico com a formalização da saída do Reino Unido da União Europeia. O estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) será divulgado oficialmente aos exportadores na semana que vem. O levantamento tem como ponto de partida o anúncio feito em maio pelo governo britânico de que a partir de 2021 entrarão em vigor mudanças no regime tarifário de importações.

Entre elas, estão reduções de tributos, alguns, inclusive, a zero, e simplificações sobre 563 produtos do agronegócio, quase metade de todo o comércio do setor do Reino Unido com o restante do mundo. No caso das vendas brasileiras para o país, 37% da pauta será beneficiada de alguma forma, tendo como base o comércio de 2019, e 15% dela foi classificada como os produtos com maiores oportunidades depois do Brexit, como é chamada a saída do país da União Europeia. O montante que será beneficiado de alguma forma equivale a US$ 533 milhões das vendas brasileiras para o país no ano passado.

Os produtos listados como os que têm maior potencial para o comércio futuro entre os países representaram US$ 79,3 milhões das transações de 2019. A CNA ressaltou, porém, que as alterações tarifárias são válidas para todos os países, e não apenas para o Brasil, e que, portanto, é preciso que o exportador se apresse para conseguir espaço no mercado. É complicado fazer uma estimativa de quanto as exportações vão aumentar porque a liberalização das tarifas não é apenas para o Brasil. Isso vai depender de como os agentes daqui e de outras partes do mundo vão se posicionar.

As frutas foram apontadas como a maior aposta de ampliação do comércio. As frutas, principalmente as tropicais, são o maior destaque da pauta futura. A Europa continental é responsável por mais de 60% das vendas brasileiras para o exterior e que o Reino Unido praticamente não tem produção doméstica. Compras de limão, por exemplo, passarão a contar com redução tarifária de quase 14% em relação às taxas adotadas pelo bloco. A de uvas e maçãs, que são itens bastante produzidos na Europa, também foi diminuída.

No caso de vinhos e cacau em pó, o ingresso no mercado britânico passará a ser feito com imposto menor. Um dos segmentos mais beneficiados é o de óleos essenciais, que tiveram tarifas zeradas em todos os produtos. A entidade ressaltou que o Brasil é um importante fornecedor de óleos essenciais de laranja ao Reino Unido, tendo ocupado um terço das importações no ano passado. O item surpreendeu, o produto é usado na indústria alimentícia, de limpeza, de cosméticos e que o óleo essencial de tangerina também é usado para curtir couro.

Em 2019, os cinco principais grupos de produtos do agronegócio brasileiro vendido para o país foram responsáveis por 62% das exportações: carne de frango (14,9%), madeira (14,5%), frutas, exceto nozes e castanhas (12,5%), celulose (11,5%) e soja em grãos (9,1%). As importações britânicas de produtos agrícolas somaram US$ 106 bilhões no ano passado e os países da União Europeia foram os principais fornecedores, com uma fatia de 64%, de acordo com um estudo. O Brasil ficou na 16ª colocação, com vendas totais de US$ 1,4 bilhão ou fatia de 1,3%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.