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08/Dez/2020

Estiagem já provoca perdas na safra 2020/2021

As chuvas irregulares e até 50% abaixo da média desde agosto já causaram a perda de 7,3 milhões de toneladas de grãos em todo o País na safra 2020/2021. A soja e o milho são as culturas mais afetadas, mas houve quebra também na produção de arroz. Os produtores relataram que, mesmo em época chuvosa como o início de dezembro, a estiagem persiste nas principais regiões produtoras. Além do prejuízo direto com a quebra na produção, os produtores estão sendo obrigados a irrigar as lavouras para evitar prejuízo maior, com aumento no custo de produção. Na região de Sorriso (MT), os pivôs (equipamento de irrigação) funcionam há 15 dias, algo que nunca aconteceu nesta época do ano. A soja que está fora do pivô está secando, perdendo a florada e terá de ser replantada, o que também afeta o custo. O atraso nas chuvas este ano pode prejudicar a 2ª safra de milho de 2021, que será semeada no início de 2021.

O monitoramento da safra realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no fim de novembro já constatou perdas decorrentes do menor volume de chuvas, mas os números ainda estão sendo contabilizados. O próximo levantamento a ser divulgado no dia 10 de dezembro pela Conab deve registrar queda na previsão atual, de 268,9 milhões de toneladas, considerada recorde. Previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) dão conta de que o clima, afetado pelo La Niña, pode ter ciclos irregulares de chuva no fim do ano e início de janeiro, o que não é bom para o campo. Mais de 95% da área com soja não são irrigados e dependem das chuvas. As lavouras de soja, principal grão produzido e exportado pelo Brasil, sofreram com o atraso ou falta de chuvas em quase todo o País, à exceção da Região Norte. Só no Rio Grande do Sul, a quebra na produção chega a 1 milhão de toneladas.

Segundo o Inmet, em novembro as chuvas na região norte do Estado oscilaram entre 50 mm e 75 mm, sendo que a média histórica varia entre 100 mm e 150 mm. Em Mato Grosso do Sul, a seca mais severa reduziu em 4% a previsão de produção. Entre agosto e novembro, as chuvas atingiram 54% da média do Estado, mas na região do Pantanal quase não choveu. Em lavouras de soja de Mato Grosso e Goiás, houve perda de 2% e, no Paraná e em Santa Catarina, quebra de 400 mil e 100 mil toneladas, respectivamente. Nesses Estados, o problema maior foi o atraso e a má distribuição das chuvas. Muitas áreas de soja estão sendo replantadas, mas a produtividade vai cair. Quando o plantio acontece depois de 1° de dezembro, mesmo que o clima seja perfeito, a produtividade será menor devido aos dias com menos sol. A previsão para a safra de verão (1ª safra 2020/2021) de milho foi reduzida, cultura também castigada pela seca principalmente no Rio Grande do Sul. Mesmo que chova, o milho não tem o mesmo poder de recuperação do que a soja.

Diversas regiões do País estão com as lavouras em situação de desenvolvimento inferior à registrada no mesmo período da última temporada. O boletim mais recente da Conab apontou que durante a primeira quinzena de novembro as chuvas foram irregulares e mal distribuídas na maior parte da Região Centro-Sul do País, causando impacto no desenvolvimento das lavouras. Na Região Sul, o baixo volume de precipitações afetou a evolução da semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de verão, como soja e milho. Na Região Centro-Oeste, houve atraso na semeadura e a evolução das lavouras está abaixo da média histórica. A Conab informou que indica as tendências, mas não antecipa os números. No norte e oeste do Paraná, as chuvas atrasaram e o plantio da soja, que deveria ter se encerrado ao fim de setembro, só pode ser iniciado a partir de 15 de outubro. Sem umidade do solo, muitas lavouras não tiveram o crescimento vegetativo esperado e precisaram ser replantadas.

Conforme o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a irregularidade nas chuvas provocada pelo fenômeno La Niña pode frustrar a previsão de safra de 24,3 milhões de toneladas de soja na safra 2020/2012. O volume já é 2% menor que a safra anterior, mas a queda pode ser ainda maior se não houver a normalização do clima. No oeste do Paraná, as perdas estão consolidadas entre 5% e 10%. Na região de Capão Bonito (SP), o plantio da soja começou com atraso de até 20 dias devido à falta de chuvas. Segundo a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito (CACB), o clima seco frustrou um esperado aumento na área cultivada. Não choveu o suficiente e há previsão de pouca chuva entre dezembro e janeiro devido ao fenômeno La Nina. Associação dos Arrozeiros de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a falta de chuvas afetou o plantio de arroz. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.