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08/Dez/2020

Bancos privados farão investimentos na Amazônia

Com R$ 4,8 trilhões de ativos em mãos, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil vão utilizar recursos próprios para financiar cadeias produtivas da Amazônia como cacau, açaí e castanha. Ainda que não dependam de dinheiro público, cobram mudança de postura do governo Bolsonaro diante da expectativa internacional para que o Brasil reaja à degradação ambiental em curso. Há muitos riscos que circundam o Brasil caso não mude de rumo sob a ótica ambiental, como o corte de investimentos internacionais e de crédito. O Itaú chamou atenção para o risco de o Brasil sofrer discriminação dos investidores externos caso não atente para a questão ambiental, o que já vem ocorrendo, principalmente, por parte da Europa.

Em junho, gestores de fundos ao redor do globo, com cerca de US$ 4 trilhões em ativos, cobraram do governo Bolsonaro uma ação para conter o desmatamento na Amazônia e quanto ao "risco sistêmico" da perda da biodiversidade e emissões de carbono para seus investimentos. Segundo o Santander Brasil, não absorvendo as tendências do Planeta, investidores e clientes vão repensar o posicionamento em empresas do Brasil. Não só o Brasil deveria estar na liderança da agenda de mudança climática bem como o setor da pecuária, com líderes globais na cadeia bovina. Existe a oportunidade para o Brasil continuar a fazer melhor na questão da rastreabilidade e melhorar a qualidade das terras hoje usadas de maneira extensiva. O modelo tem de transitar para o de uma economia de baixo carbono. Nesse sentido, ressalta-se o potencial econômico da Amazônia.

Estima-se um estoque de 80 bilhões a 120 bilhões de toneladas de carbono na região. Comparado com o valor de certificados no mercado europeu, há potencial de R$ 20 trilhões, hoje não monetizado. Das dez medidas que os bancos privados se comprometeram para apoiar o desenvolvimento sustentável da Amazônia, quatro já estão em curso. A ação foi lançada em julho, em meio à pandemia de Covid-19, e está baseada em três pilares: conservação ambiental e desenvolvimento da bioeconomia; investimento em infraestrutura sustentável e garantia dos direitos básicos da população da região amazônica. Isso será feito com recursos dos bancos. Se o governo federal disponibilizar linhas, melhor. Não é caridade. Os bancos estão fazendo business para desenvolver a região da Amazônia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.