ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

07/Dez/2020

Queimadas: maior parte é em propriedades rurais

Os imóveis rurais e assentamentos representaram 66% da área queimada no Brasil entre 2000 e 2019. O dado consta no MapBiomas Fogo, uma plataforma lançada na sexta-feira (04/12) pela rede MapBiomas que mapeou as cicatrizes de queimadas desde 2000 através do cruzamento de dados de diferentes satélites e uso de deep learning. A plataforma ainda é uma versão beta e passa por um processo de validação pelo Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig)/UFG. O mapeamento identificou que as queimadas atingiram 18% do território brasileiro nos últimos 20 anos, alcançando 1,491 milhão de Km². O dado corresponde a uma média de 177,472 mil Km² queimados por ano.

Na avaliação por tipo de território afetado, o mapeamento concluiu que 58,9% das áreas queimadas ocorreram em imóveis rurais, 5,9% se deram em assentamentos, 18% em áreas protegidas, 2,5% em áreas públicas e 13,7% em áreas não destinadas. No recorte por tipo de uso da terra, o mapeamento identificou que as áreas de pastagem responderam por 22,4% da área afetada por queimadas de 2000 a 2019, enquanto as áreas com agricultura foram responsáveis por 8,3% da área afetada. Os demais 68% de área afetada pelo fogo no período foram de vegetações nativas, sendo que a vegetação savânica foi a principal (30%). Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), esse padrão não é muito diferente ao longo da série histórica. O padrão geral é muito parecido em todos os anos.

Na divisão por biomas, o Cerrado foi o que registrou maior área queimada desde 2000, respondendo por 55% da área afetada do País no período. Considerando toda a cobertura do bioma, o mapeamento identificou que 41% do Cerrado já foi afetado por queimadas. A Amazônia, por sua vez, respondeu por 28% da área queimada no país no período e teve 10% de seu território afetado. No caso da Amazônia, mais de 42% da área afetada por queimadas correspondia a pastagens, enquanto mais da metade da área queimada foi em vegetação nativa. No Cerrado, as pastagens responderam por menos de um quarto da área queimada, enquanto no Pantanal o fogo em pastagem respondeu por menos de 10% da área afetada no período. O fogo na vegetação nativa do Pantanal respondeu pela ampla maioria da área queimada no bioma de 2000 a 2019.

Na Mata Atlântica, destacaram-se as áreas agrícolas, que responderam por cerca de um terço da extensão queimada no bioma. Lembrando nesta região tem cana-de-açúcar, e a palha da soja queima também. O Ipam ressaltou que muitas áreas passaram mais de uma vez por queimadas. O monitoramento identificou que 51% da área afetada no Brasil pegou fogo por ao menos duas vezes, sendo o Cerrado o bioma com o maior índice de recorrência. O mapeamento tem uma resolução de 30 metros, mas só inclui áreas com no mínimo um hectare. O trabalho de mapeamento retroativo permite identificar padrões e melhorar o planejamento estratégico no combate ao fogo, segundo a NASA e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A expectativa agora é que esse mapeamento permita o cálculo das emissões de gases de efeito estufa associadas às queimadas, o que não é contabilizado ainda nos inventários. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.