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02/Dez/2020

Amazônia: desmatamento é o maior desde 2008

O desmatamento da Amazônia teve uma alta de 9,5% no último ano e atingiu a maior taxa desde 2008. Entre agosto de 2019 e julho deste ano, a devastação da floresta alcançou 11.088 Km², ante os 10.129 Km² registrados nos 12 meses anteriores, que também já haviam sido recordes. A área devastada no último ano equivale a 7,2 vezes à da cidade de São Paulo. Essa é a estimativa do Prodes, o sistema do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que fornece a taxa oficial do desmatamento da Amazônia no período de um ano. Os dados consolidados serão apresentados no primeiro semestre do ano que vem. A elevação do Prodes observada entre agosto de 2018 e julho de 2019, ante os 12 meses anteriores, já tinha sido de 34,4%.

O avanço do corte raso registrado na Amazônia Legal desde o início da gestão Bolsonaro interrompe uma sequência de dez anos em que o desmatamento ficou abaixo de 10 mil Km². Com essa taxa, o País também deixa oficialmente de cumprir a principal meta da Política Nacional de Mudanças Climáticas, de 2010, que estabelecia que o desmatamento neste ano seria de, no máximo, 3,9 mil Km². Até meados da década passada, parecia que a meta do PNMC seria cumprida. Em 2012, o desmatamento da Amazônia chegou ao menor valor do registro histórico, de 4.571 Km², após a implementação de uma política nacional de combate ao desmatamento que derrubou a taxa em 83% ao longo de 8 anos (em 2004 havia chegado a 27.772 Km²). Nos anos seguintes, ela passou a flutuar para cima, mas teve os piores aumentos a partir do ano passado.

Com o dado de agora, o País chega a um desmatamento 184% superior à meta. A taxa atual é a primeira registrada totalmente sob a gestão Bolsonaro. A do ano passado ainda abarcava cinco meses da gestão Michel Temer. As altas seguidas também colocam em xeque outra meta do Brasil, assumida no Acordo de Paris, de 2015, de zerar o desmatamento ilegal até 2030. A aceleração ocorreu mesmo diante da forte presença de militares na Amazônia. Em agosto do ano passado, foi decretada uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região após o aumento expressivo das queimadas. O fogo diminuiu, mas o desmatamento não. Em breve entrevista coletiva, Mourão, que criticou o monitoramento do Inpe em outras ocasiões, não negou os dados e voltou a dizer que entrou “atrasado” no combate ao problema e que a responsabilidade é dele.

Segundo o Observatório do Clima, nada disso é uma surpresa para quem acompanha o desmonte das políticas ambientais no Brasil desde janeiro de 2019. Os números do Prodes simplesmente mostram que o plano de Jair Bolsonaro deu certo. Eles refletem o resultado de um projeto bem-sucedido de aniquilação da capacidade do Estado brasileiro e dos órgãos de fiscalização de cuidar das florestas e combater o crime na Amazônia. Segundo o Greenpeace, entre as áreas de destaque no desmatamento estão a região da BR-163 e terra do meio no Pará, onde há avanço nítido sobre áreas de florestas públicas não destinadas e invasão de áreas protegidas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.