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27/Nov/2020

Brasil diversifica a pauta de exportações à China

Está havendo um movimento de diversificação nos produtos agrícolas brasileiros que são exportados para a China. Embora a soja seja o maior produto embarcado pelo Brasil, já é possível observar a consolidação de um importante fluxo no caso da celulose, por exemplo, a qual a brasileira é a mais competitiva do mundo, além do algodão e das carnes. A agricultura brasileira passa para uma revolução tecnológica similar à que ocorre na indústria 4.0 por meio da agricultura de precisão. Isso começa com a digitalização da produção agropecuária, que se traduz na geração de informações sistemáticas, que viram bigdata e inteligência artificial para o controle das operações e promovem uma expansão da internet das coisas. Esse modelo se baseia em utilizar uma série de informações para possibilitar que o plantio, a fertilização e o tratamento com defensivos sejam feitos e adaptados à fertilidade de cada solo.

Outro processo que enriquece nesse aspecto é a revolução no segmento de defensivos biológicos, com a introdução desses produtos em uma escala crescente e de sistemas integrados de manejo de pragas. O resultado disso é maior produtividade com menor custo, porque o produtor só aplica os defensivos onde efetivamente é necessário. O que chama a atenção é que tudo isso está sendo feito em uma agricultura que não tem subsídios, já que o suporte à produção agrícola no Brasil é 1% do seu valor de produção. Nos Estados Unidos e na China o subsídio é de 13%, na Europa é próximo de 20% e no Japão, 45%. Em relação ao comércio de proteína animal, há três anos a China teve um colapso na produção de suínos em função da peste suína africana (PSA) e isso trouxe uma enorme oportunidade com o aumento da demanda, que o Brasil está aproveitando muito bem.

Porém, é preciso estar atento ao discurso que aponta uma relação de dependência dos chineses com os brasileiros. A China já está em um processo de recuperação do plantel de suínos, mas grande parte desse movimento está ocorrendo em granjas modernas, com forte uso de tecnologia. Isso não tem acontecido na tradicional produção caseira, artesanal, com baixa tecnificação, que é a origem do problema. O mercado só está começando a perceber agora que à medida que for sendo recomposta a produção de suínos na China, haverá como consequência um aumento significativo nas importações de milho. Nesse sentido, é relevante reforçar a importância da sanidade animal neste mercado. O Brasil é um dos poucos países do mundo que não enfrentam problemas como a peste suína africana e a gripe aviária. Portanto, o potencial de crescimento nas exportações de proteína animal ainda é muito grande. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.