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26/Nov/2020

China reage às acusações de Eduardo Bolsonaro

A Embaixada da China em Brasília reagiu à acusação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, de que o país praticaria espionagem por meio de sua rede de tecnologia 5G. O governo chinês acionou o Itamaraty para reclamar de uma publicação do deputado nas redes sociais, posteriormente apagada por ele. Para a diplomacia chinesa, o parlamentar “solapou” a relação amistosa entre os países com declarações infames e o Brasil poderá arcar com consequências negativas. Esse é o segundo atrito diplomático com a China criado pelo deputado, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, por causa de militância virtual. Na mensagem, Eduardo Bolsonaro fez menção à adesão simbólica do Brasil à Clean Network (Rede Limpa), iniciativa diplomática do governo Donald Trump para tentar frear o avanço de empresas chinesas no mercado global de 5G.

Eduardo Bolsonaro celebrou o fato como um sinal de que o Brasil se afasta da tecnologia da China. “O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”, escreveu o parlamentar, em texto publicado na segunda-feira (23/11). Ele também listou o Partido Comunista Chinês como entidade agressiva e inimiga da liberdade. Em sua resposta, a Embaixada da China escreveu que, na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil. Na sequência, diz que acreditar que a sociedade brasileira, em geral, não endossa nem aceita esse tipo de postura.

A embaixada instou essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema-direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil. O programa do governo norte-americano tenta convencer governos estrangeiros, por meio de pressão política e até com oferta de financiamento, a somente permitir em suas redes 5G equipamentos de fornecedores não-chineses, que eles consideram confiáveis. O governo dos Estados Unidos acusa as empresas de origem chinesa, como Huawei e ZTE, de serem obrigadas a permitir acesso do governo comunista a suas redes, o que supostamente abriria uma brecha para vigilância.

Os Estados Unidos trabalham para que Bolsonaro decrete o banimento da Huawei como fornecedora após o leilão do 5G previsto para 2021, o que ainda não foi decidido pelo Palácio do Planalto. Segundo o governo chinês, a iniciativa do governo Donald Trump discrimina a tecnologia 5G da China. A empresa Huawei é uma das principais fornecedoras de estrutura de telecomunicações no Brasil, usada pelas maiores operadoras de telefonia, tendo por isso vantagens no entendimento de executivos do setor. É a segunda vez que a diplomacia chinesa reage a publicações de Eduardo Bolsonaro. O deputado chegou a culpar o governo do país e o Partido Comunista Chinês pela pandemia de Covid-19. Na ocasião, o embaixador Yang Wanming reagiu na rede social e afirmou que o filho do presidente Bolsonaro estava infectado por um “vírus mental”. Na ocasião, o chanceler Ernesto Araújo, porém, repreendeu a atitude do embaixador. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.