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25/Nov/2020

Dólar recua e sofre maior queda em uma semana

O rali de ativos de risco no mundo foi amplamente sentido no mercado de câmbio brasileiro nesta terça-feira (24/11), com o dólar fechando em firme queda ante o Real e a moeda doméstica exibindo um dos melhores desempenhos globais na sessão. O dólar à vista caiu 1,09%, a R$ 5,37. A moeda oscilou em baixa durante todo o pregão, descendo a R$ 5,37 na mínima intradiária (-1,16%). Na máxima, foi a R$ 5,42, leve recuo de 0,10%. A queda na sessão foi a maior desde o dia 17 deste mês. Na B3, o dólar futuro cedia 1,23%, a R$ 5,37, às 17h16 da terça-feira (24/11). As operações domésticas mostraram sintonia com o ambiente externo pró-risco, embalado por perspectivas de uma transição de governo mais suave nos Estados Unidos, que por tabela poderia facilitar o processo de distribuição de potencial vacina contra o coronavírus.

A composição do governo de Joe Biden à frente dos Estados Unidos também tem gerado ventos favoráveis ao mercado, com investidores citando a possível nomeação da ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen para o comando do Tesouro dos Estados Unidos. O entendimento é que a dupla Yellen/Powell (Jerome Powell, atual chair do Fed) poderia promover uma coordenação sem precedentes entre as políticas monetária e fiscal a fim de garantir a recuperação econômica dos Estados Unidos da crise da Covid-19. Do ponto de vista de mercado, a chegada da vacina deixa os investidores mais tranquilos, porque foi a isso que o mercado reagiu mal ao longo do ano, e o noticiário sobre o governo dos Estados Unidos traz uma tranquilidade adicional. A disponibilidade da vacina se trata de 'quando', não de 'se'. Segundo o Goldman Sachs Com vacinas principais já mostrando eficácia, há maior confiança no crescimento global em 2021, especialmente no segundo trimestre e além. O Morgan Stanley avalia que o sentimento de risco segue melhorando e que o Real está entre suas moedas preferidas, além de peso mexicano e florim húngaro.

A moeda brasileira é considerada por alguns bancos como uma das que mais deve se beneficiar com a chegada de uma vacina contra a Covid-19. Um otimismo com o Brasil e o câmbio na esteira do clima favorável para emergentes, porém, esbarra nos problemas fiscais internos. Analistas do Bank of America passaram duas semanas conversando com investidores estrangeiros sobre o País. Mesmo reconhecendo a volta dos fluxos, eles parecem preferir ficar à margem por ora, à espera de notícias fiscais concretas. Alguns investidores estão relativamente construtivos no cenário fiscal (capacidade de manter o teto de gastos) e no crescimento para o próximo ano, mas a convicção permanece baixa. Nesse contexto, a moeda brasileira ainda é preterida em relação aos juros. Os relatos são de que o Real pode até parecer atraente, mas ainda sujeito a volatilidade muito alta e sem tendência clara. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.