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24/Nov/2020

Agricultores elevam investimentos na atual safra

Capitalizados, por conta dos bons resultados da safra 2019/2020, os produtores ampliaram os investimentos na safra atual, que está sendo plantada. Isso faz girar a roda da prosperidade no campo, pois sinaliza ganhos de produtividade, se o clima não atrapalhar. Na MacPonta Agro, que revende máquinas agrícolas da marca John Deere, em Ponta Grossa (PR), houve uma corrida dos agricultores para renovar a frota. A boa produtividade e a disponibilidade de crédito fizeram este o melhor momento para compra. O movimento se estende para 2021, pois os contratos futuros para a próxima safra estão garantindo bons preços e desenham um cenário positivo. O produtor está investindo pesado.

Segundo a Cocamar, uma das grandes cooperativas do agronegócio do País, com sede em Maringá (PR), antes do plantio da safra atual de soja (que começou a ser semeada em outubro na região), a Cocamar já tinha vendido mais insumos do que tinha comercializado para a safra 2019/2020 até fevereiro deste ano. Essas compras envolvem adubo, defensivos, sementes e máquinas, por exemplo. Os produtores da cooperativa estão capitalizados e a inadimplência nas compras de insumos está na mínima histórica, entre 1,5% a 2%. Além disso, o ritmo de comercialização antecipada dos grãos é muito forte, o que amplia a disponibilidade de recursos para investimentos. Na soja, 40% da próxima safra foram vendidos antes do plantio.

No milho 2ª safra de 2021, a ser semeado só em fevereiro de 2021, 10% da produção hoje está comercializada. O próximo ano deve ser bastante positivo para o agronegócio, com um volume ainda maior de investimentos em tecnologia. A desvalorização do Real em relação ao dólar neste ano é o principal fator que turbinou a receita dos produtores de grãos, cujos preços são definidos no mercado internacional. Acontece que muitos custos para produzir esses grãos, como fertilizantes, defensivos e até o diesel usado para tocar as máquinas, também estão atrelados ao câmbio. Com a alta do dólar, seria natural esperar que as despesas ficassem pressionadas, até anulando o ganho obtido com a safra. No entanto, não foi isso que aconteceu neste ano.

Um levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostra que os agricultores conseguiram ampliar as margens de lucro em todos os grãos, mesmo gastando mais. A margem bruta (lucro) da soja produzida em Cascavel (PR), por exemplo, aumentou 207% em relação a 2019 e foi o melhor resultado para a região desde que o levantamento começou a ser feito pela CNA, há mais de dez anos. Em Sorriso (MT), por sua vez, a margem da soja cresceu 37% e superou em 11% a média de três anos anteriores. Também o milho, que tradicionalmente era uma lavoura que só pagava os custos e não sobrava muito para o produtor, teve resultado extraordinário por causa dos preços recordes.

Em Cascavel (PR), a margem neste ano da 2ª safra de 2020 foi multiplicada por seis em relação à obtida em 2019. A margem bruta obtida com a produção de arroz, que desde a safra 2009/2010 não era suficiente para cobrir todos os custos, interrompeu em 2020 a sequência de anos ruins. O lucro bruto do produtor aumentou porque ele tem profissionalizado a gestão. Investiu, aumentou a produtividade, vendeu soja antecipada para travar custo e melhorou a gestão de risco. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.