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24/Nov/2020

Brasil-EUA: pauta ambiental vai dominar a relação

O Brasil vai ter no meio ambiente o fio condutor das relações bilaterais com o governo Joe Biden, o presidente eleito dos Estados Unidos. Será extremamente importante não apenas para o governo brasileiro, mas principalmente para o setor privado e o setor agrícola, trabalhar para reverter a imagem de “vilão ambiental” que foi construída nos últimos tempos pelo País no exterior. Segundo a Universidade Johns Hopkins, ainda não existe um posicionamento claro na equipe de Biden sobre o meio ambiente e como essa questão será tratada dentro do governo democrata, mas é claro que ela será essencial. Apesar das indefinições que antecedem a posse do democrata, já é possível dizer que a sustentabilidade será o pilar principal da relação Estados Unidos-Brasil.

De acordo com a consultoria Eurásia, a pauta ambiental será de extrema importância para o País e pode ajudar a aliviar outras barreiras ideológicas que o presidente Jair Bolsonaro evidentemente possui em relação a Joe Biden. Entre os pontos que o País precisa melhorar estão a necessidade do governo se empenhar nas negociações do Acordo de Paris e da próxima reunião da Conferência das Nações Unidas Sobre a Mudança Climática, a COP-25, que, em virtude da pandemia, acontecerá em novembro de 2021. A seguir por esse caminho, o País terá condições melhores não apenas para fazer negócios com os Estados Unidos, mas também com importantes potências da Europa, algo que está sendo perdido diante da atual imagem de vilão ambiental.

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Brasil possui uma agricultura e economia visivelmente sustentáveis, com um ótimo desempenho na preservação ambiental e um marco único de preservação do solo. O País tem condições de ser economicamente e socialmente uma grande potência ambiental. Porém, vai demorar algum tempo até que o mundo volte a ver e reconhecer o potencial brasileiro. A mudança na forma como o governo lida com as questões ambientais, no entanto, não deve partir apenas das lideranças políticas. É muito importante, nesse momento, que o setor privado, principalmente o agro, que pode ser um dos mais afetados em um eventual impasse ambiental com Biden, pressione o governo a agir de forma diferente e contenha os eventuais impulsos de Bolsonaro de debater mais rispidamente essa questão com o presidente norte-americano.

Se os índices de desmatamento na Amazônia voltarem a piorar no período que coincide com a gestão Biden, o País poderá receber algumas punições do governo norte-americano. Joe Biden certamente não dará tanto valor para as birras ideológicas do governo, mas poderá reagir duramente se Bolsonaro continuar agindo com descaso em relação ao meio ambiente, que é uma das grandes bandeiras democratas. Biden sabe a importância das relações com o Brasil e não os Estados Unidos não devem impor sanções muito duras ao comércio brasileiro, mas, é possível um cenário no qual os norte-americanos poderão aumentar os impostos cobrados sobre produtos chave que o País exporta aos Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.