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17/Nov/2020

Altas no atacado deverão chegar ao consumidor

A pressão altista sobre os preços do atacado deve se manter nas próximas leituras do Índice Geral de Preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV), contaminando também itens medidos pela inflação ao consumidor. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) subiu 3,51% em novembro, após ter aumentado 3,20% em outubro. Os preços no atacado medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) aceleraram de uma elevação de 4,06% em outubro para uma alta de 4,59% em novembro.

Os preços ao consumidor verificados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) saíram de um avanço de 0,98% em outubro para uma elevação de 0,55% em novembro. Ao observar as taxas em 12 meses, há uma pressão muito grande das matérias-primas brutas no atacado, que já acumulam uma alta de 67,9%. É uma pressão que se renova com as rodadas de desvalorização cambial. A queda do Real ante o dólar foi de mais de 40% em 12 meses. E essa pressão está alimentando o restante da cadeia produtiva. À medida que a economia volta a se aquecer, esses repasses vão ocorrendo.

Tanto a desvalorização do Real quanto a alta de preços das commodities em dólares estão por trás desse salto nas matérias-primas brutas e, consequentemente, da inflação no atacado. O IPA-10 acumula um avanço de 33,04% nos 12 meses encerrados em novembro. No mesmo período, a alta no IPC-10 foi de 4,18%. O IGP-10 em 12 meses alcançou em 23,82% em novembro, maior resultado desde 2003.

O IGP-10 em 12 meses deve permanecer acelerando nas próximas leituras, podendo bater o atual teto de 26,36% alcançado em julho de 2003. A valorização do Real mitigaria esse processo de transmissão de preços, reduziria a pressão. Mas, isso não está na pauta porque demandaria uma perspectiva mais contundente de ajustes das contas públicas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.