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16/Nov/2020

Atividades com lucratividades positivas em 2020

Levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apurou os custos de produção de 22 atividades agropecuárias em todo o País e apontou que 15 delas terão lucratividade média positiva em 2020, entre elas o arroz, alvo de polêmica pelos preços históricos nos supermercados durante a pandemia. O cenário é inverso para áreas que dependem de insumos dolarizados, principalmente as proteínas animais, por causa da alta dos preços internacionais da soja e do milho. Os dados mostram que o custo operacional total por hectare para produção do carro-chefe do agronegócio nacional, a soja, girou em torno de R$ 3.158,00 e que a margem líquida do agricultor foi de R$ 1.347,00 por hectare, em média. Para o milho, o custo foi de R$ 3.543,00 e a margem, R$ 1.407,00. A lucratividade média apontada na pesquisa para o milho foi de 26,7%, e para a soja de 23,4%. Os maiores lucros médios, no entanto, foram do feijão (43,2%), batata (38,8%) e do arroz (37%), eleito “vilão” pela alta dos preços aos consumidores nos supermercados.

Na ponta oposta estão as proteínas animais. Pecuária de leite (-1,3%), suinocultura (-3%) e avicultura (-23,9%) apresentam índices negativos de lucratividade média na pesquisa, feita em todas as regiões do País. As produções de camarão, sorgo, trigo e aveia também devem ter perdas. Um dos pontos que mais impactaram foi o custo dos produtos atrelados ao dólar, principalmente os fertilizantes, que aumentaram muito ao longo do ano e, no caso da pecuária, a ração concentrada. Cadeias que não são exportadoras, como ovos, suinocultura independente e a pecuária de leite, têm um cenário muito mais complicado para o próximo ano. A entidade estuda alternativas para ajudar os produtores a reduzir o custo da ração. O milho e o farelo de soja dão sinais de que entrarão o ano de 2021 com valores bastante elevados, período que as atividades citadas têm baixas nos preços de venda. A CNA pediu ajuda ao governo para aquisição mais barata desses itens pelos produtores, principalmente os de leite. Os custos de produção na pecuária leiteira apresentam alta de 11,4% em 2020.

No acumulado dos últimos 12 meses, a elevação é de 13,4%. Ração concentrada e suplementação mineral subiram 20,89% e 9,59%, respectivamente. Na média, o preço do leite recebido pelo produtor é de R$ 1,19 por litro, mas o custo chega a R$ 1,21 por litro. O produtor está com prejuízo de R$ 0,02 por litro. Na pecuária de corte, a atividade de recria e engorda apresenta a maior elevação de custo. No acumulado do ano, os custos médios subiram 26,8%, atingindo cerca de R$ 1,4 mil por hectare. A aquisição de bovinos, que responde por até 65% desse custo, subiu cerca de 32% de janeiro a setembro e 50% em 12 meses. A CNA informou, ainda, que vai assinar um termo de cooperação técnica com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para o levantamento conjunto de informações sobre custos de produção em 2021. Há, inclusive, discussões para mapear a situação da armazenagem no Brasil. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.