ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Nov/2020

Agronegócio defende diálogo equilibrado com EUA

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, planeja definir alguns países como "foras da lei do clima" pelo fracasso em lidar com os desafios da mudança climática. O Brasil pode estar no topo dos alvos de sua lista. Biden promete levar os Estados Unidos de volta ao Acordo de Paris e tem um plano ambiental ambicioso, que inclui a elaboração de um novo Relatório Global sobre Mudança Climática, a fim de apontar países que não cumpram seus compromissos no acordo ou por outros passos que minem as soluções climáticas globais. Durante um dos debates na campanha, Biden citou o Brasil como potencial alvo e a Floresta Amazônica, podendo liderar um movimento de pressão internacional para o País fazer mais nessa frente.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro pode até não ter reconhecido o democrata Joe Biden como o governante eleito dos Estados Unidos, mas os representantes do agronegócio não pensam assim. Eles avaliam que o País precisa reverter a imagem negativa de desmatamentos em alta e baixa proteção ambiental. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o Brasil é eficiente e competitivo e não tem o que temer na nova gestão, mas um país não é amigo de pessoas, tem negócios com outros países. O agro é responsável por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e que os produtos nacionais são competitivos, também quando comparados aos dos Estados Unidos. Biden deve colocar os Estados Unidos novamente no Acordo de Paris, o que é importante para um debate equilibrado. Os porta-vozes do setor avaliam que é preciso ressaltar que o produtor brasileiro está enquadrado no que é estabelecido pelo Código Florestal.

Para eles, a vitória de Biden significa, ainda, um retorno do multilateralismo e o fortalecimento de órgãos, como a Organização Mundial do Comércio (OMC), que foi desprestigiada pelo governo do atual presidente, Donald Trump. Segundo o Insper Agro Global, o Brasil precisa aproveitar para virar o disco, agora que Biden entrou. É uma agenda que deve ser atacada de frente, com muito diálogo. Não se pode confrontar o mundo nessa área ambiental. Biden traz os Estados Unidos de volta aos trilhos. As preocupações sanitárias mudaram de patamar com a crise provocada pelo novo coronavírus, mas que o Brasil tem um sistema integrado de produção superior ao de outros emergentes. O discurso de confronto do governo em relação à China, principal parceiro comercial do País, também é criticado. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), não é inteligente confrontar a China, pois países não têm amigos. É preciso ter relação cordial tanto com a China quanto com os Estados Unidos e é preciso união para enfrentarmos os desafios do protecionismo. Fonte: Vox e Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.