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11/Nov/2020

Brasil deve deixar grupo de 10 maiores economias

O baque da pandemia do novo coronavírus deve deixar um saldo ainda mais cruel para a economia brasileira: ela pode deixar de figurar entre as dez maiores do mundo este ano, sendo ultrapassada por Canadá, Coreia do Sul e Rússia. Os dados são de um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), com projeções feitas em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). De acordo com as projeções feitas em outubro pelo FMI para este ano, com a crise da Covid-19 e seus impactos na economia mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passaria de US$ 1,8 trilhão no ano passado para US$ 1,4 trilhão até o fim deste ano, o que levaria a economia brasileira a ser ultrapassada pelo Canadá, Coreia do Sul e Rússia.

A crise econômica provocada pela pandemia deve levar a maior parte do mundo a uma forte retração da atividade econômica este ano. No Brasil, os efeitos da Covid-19 se somam ao desempenho do Real, que foi uma das moedas que mais se desvalorizaram este ano. Do começo do ano até o fim do mês passado, o câmbio se desvalorizou 40% em relação ao patamar em que o dólar estava no fim de 2019. Considerando a métrica do dólar, a economia brasileira passaria da 9ª maior do mundo ano passado para a 12ª maior este ano. E essa queda é apenas mais um capítulo de um movimento de perdas que ocorreu nas últimas crises. Em 2011, o País era a sétima maior economia do mundo, posição que ocupou até 2014.

Quando veio a recessão de 2015 e 2016, o Brasil perdeu duas posições nesse ranking, foi ao 8º lugar em 2017 e de novo para o 9º, nos dois últimos anos. A mudança de posição, do 9º para o 12º lugar no ranking se explica, principalmente, pela variação cambial, que por sua vez tem um reflexo do aumento do risco Brasil, sobretudo por conta dos problemas fiscais que o País enfrenta. Isso deve acontecer, quando se considera o dólar corrente, muito mais pela forte desvalorização do Real frente ao dólar do que pela queda da atividade econômica. Tanto que pela via do dólar por poder de compra, a mudança não é tão brusca. O FMI projeta queda de 5,8% no PIB brasileiro este ano, retração que poderia ser maior se medidas de estímulo, como o auxílio emergencial dado aos brasileiros mais vulneráveis, não tivessem sido adotadas.

A queda do ranking das maiores economias, portanto, reflete os riscos locais do Brasil. Quando se considera o dólar em paridade por poder de compra (PPC), o Brasil ocupava a 7º posição no começo da década e assim permaneceu, até 2016, até chegar ao 10º lugar em 2019. Pelas projeções do FMI, o País voltaria para a 8ª posição este ano. O fato de o Brasil deixar o ranking das dez maiores economias do mundo este ano teria pouca importância, dado que o movimento decorre principalmente da desvalorização do Real. Como, basicamente, essa desvalorização da moeda se dá por medo de uma crise fiscal no País, a preocupação agora deveria ser, para além de uma comparação do PIB nacional em dólares à taxa de mercado, colocar a dívida pública em uma trajetória sustentável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.