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09/Nov/2020

Meio Ambiente: Brasil elevou emissões em 2019

O Brasil aumentou sua contribuição no ano passado com o aquecimento global. As emissões de gases de efeito estufa, como o gás carbônico, subiram 9,6% em 2019. No primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, a alta de desmatamento, principalmente na Amazônia, foi a principal responsável pelo aumento de emissões. Os dados são do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), ligado ao Observatório do Clima. De acordo com o levantamento, o País lançou no ano passado na atmosfera 2,17 bilhões de toneladas brutas de dióxido de carbono equivalente (CO2e), ante 1,98 bilhão de toneladas de CO2e em 2018. Com o aumento, fica mais difícil para o Brasil cumprir sua meta interna de redução de emissões até 2020, que tinha sido estabelecida na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), de 2010.

O PIB nacional no mesmo ano subiu 1,1%, o que sugere que as emissões no Brasil, diferentemente das da maioria das outras grandes economias, estão descoladas da geração de riqueza. O Seeg, que chega à sua oitava edição, estima, de modo independente ao inventário que tem de ser feito pelo governo federal, quanto foram as emissões da cada setor da economia a cada ano, seguindo metodologia recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fazer esse tipo de cálculo. De acordo com o levantamento, o setor de mudança do uso da terra, onde entram os dados de desmatamento, teve uma alta de 23% no passado, perfazendo 968 milhões de toneladas de CO2e. Em 2018, o setor emitiu 788 milhões de toneladas de CO2e. O dado reflete a alta de 34% no desmatamento da Amazônia no período de agosto de 2018 a julho de 2019, em relação aos 12 meses do período anterior, batendo pela primeira vez, desde 2008, a marca de 10 mil Km² de devastação na região.

A política de clima tinha como meta principal que o desmatamento da Amazônia caísse 80% até 2020 (em relação à média observada entre 1996 e 2005), chegando a cerca de 3,9 mil Km². Porém, desde que a PMNC entrou em vigor, as emissões do setor de uso da terra cresceram 64% no Brasil. Altas recentes acabaram jogando por terra um grande esforço que tinha sido feito de redução do desmatamento até 2012. O Brasil está numa contramão perigosa. Desde 2010, ano de regulamentação da lei nacional de clima, o País elevou em 28% a quantidade de gases de efeito estufa que despeja no ar todos os anos, em vez de reduzi-la. No ritmo em que está e com os indicativos, o País não consegue cumprir a meta de 2020 e se afasta da de 2025. A meta total para 2020 era de reduzir as emissões nacionais de 36,8% a 38,9% em relação à trajetória que se imaginava que elas fossem seguir quando a política foi aprovada. De acordo com os cálculos do Seeg, mantida em 2020 a variação média das emissões dos últimos dez anos, o País ultrapassará em cerca de 9% o limite menos ambicioso da meta.

Considerando que o desmatamento observado entre agosto do ano passado e julho deste ano deverá vir ainda mais alto que no ano anterior, a expectativa é que as emissões ficarão mesmo além da meta. Ressalta-se que para 2025, o compromisso feito pelo Brasil junto ao Acordo de Paris é de reduzir em 37% as emissões totais até aquele ano, na comparação com o que era emitido em 2005. Segundo o Observatório do Clima, o País já chega devendo em 2021, ano em que deveria ter início o cumprimento da NDC, meta nacional no Acordo de Paris. Com um governo negacionista da mudança climática e que nem sequer entregou um plano de implementação da NDC até agora, a participação do Brasil o Acordo de Paris se resume apenas a uma assinatura num papel. Isso terá consequências sérias para a inserção internacional do Brasil e para o comércio exterior. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.