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05/Nov/2020

Crédito Rural: contratação em alta em 2020/2021

Os produtores rurais do país já contrataram R$ 92,6 bilhões em crédito rural neste ciclo 2020/2021, ou quase 40% dos recursos reservados no atual Plano Safra até o fim de junho do ano que vem. Segundo dados do Banco Central, o total de julho a outubro foi 21% superior que nos quatro primeiros meses da temporada passada. Alta rentabilidade no campo, boas perspectivas com a próxima colheita e até a leve queda nos juros nas linhas do Plano Safra ajudam a explicar o apetite pelos financiamentos. Algumas áreas, porém, vão ficar com fome caso o governo não disponibilize mais recursos para linhas já esgotadas. Os desembolsos de recursos para custeio aumentaram 16%, para R$ 52,4 bilhões. Nas linhas de investimentos a alta chegou a 50%, para R$ 26,4 bilhões, e nas voltadas à comercialização houve incremento de 5%, para R$ 5,7 bilhões.

Os recursos para industrialização apresentaram leve queda de julho a outubro ante o mesmo período da safra 2019/2020, de 2,5%, para R$ 7,9 bilhões. Com a suspensão por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na semana passada, do recebimento de novas propostas para o Moderfrota, principal linha de investimentos, para aquisição de máquinas agrícolas, a Associação das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) já pediu um aporte extra de R$ 9,3 bilhões ao orçamento inicial de R$ 8,7 bilhões. Também há pedidos de reforço no Inovagro, Pronaf Mais Alimentos e PCA. Já foram contratados R$ 4,6 bilhões do Moderfrota, quase 80% mais que entre julho e outubro do ano passado. No Inovagro foram acessados R$ 1,2 bilhão, no PCA o total atingiu R$ 844 milhões e no Pronaf Mais Alimentos chegou a R$ 3,9 bilhões, altas de 43%, 70% e 20%, respectivamente.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), é preciso continuar investindo para modernizar o campo, com irrigação, armazenagem e máquinas mais modernas para aumentar a produtividade, reduzir custos de produção e baixar o custo dos alimentos. Em um ano sem as feiras agropecuárias que tradicionalmente impulsionam as vendas de máquinas, a indústria contou com o comportamento histórico do produtor, que está mais capitalizado devido aos preços recorde das commodities e quer antecipar investimentos. As grandes fábricas já estão vendendo para entrega apenas em fevereiro. De janeiro a setembro deste ano, o faturamento com a venda dos equipamentos para agricultura aumentou 10%, para R$ 15 bilhões. Enquanto a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, busca verba extra para a equalização de juros das linhas de investimentos, sua equipe avalia as poucas possibilidades de remanejamento de recursos dentro do Plano Safra. Mas, está difícil.

Como a procura por crédito está forte em todas as linhas, não tem de onde tirar. O ministério não trabalha com a possibilidade de falta de recursos para equalização de custeio, e não cogita remanejar esse dinheiro para linhas de investimento. Nesse contexto, a avaliação de especialistas é que esta é a hora de os bancos privados entrarem em campo para emprestar o dinheiro retido nesses meses de crise e aversão ao risco. Mas, os juros mais altos nessas instituições são um empecilho. Para máquinas, equipamentos, armazenagem e irrigação, que demandam prazos de maturação mais elevados, fica inviável. Além do Moderfrota, o BNDES suspendeu, desde setembro, o recebimento de propostas em linhas como Inovagro, Moderagro e para investimentos via Pronaf e Pronamp. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.