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27/Out/2020

ESG: grandes empresas já vinham se preparando

Segundo a Abrasca (entidade que representa as empresas abertas), a maioria das grandes companhias do Brasil já vinha se preparando para melhorar suas ações ambientais, sociais e de governança (ESG) e a forma como as monitoram e comunicam, o que reduz a preocupação com a onda sobre o assunto que ganhou corpo no mercado este ano. A ideia de que ações nessa área têm a ver apenas com imagem corporativa já ficou para trás no mundo corporativo. Companhias com as melhores práticas e que incluem essa visão em seu planejamento estratégico saem na frente. Está claro no mercado que os investidores estão considerando fatores ESG. As companhias que ficarem no fim da fila para adotar uma estratégia de ESG e comunicá-las corretamente aos investidores serão punidas financeiramente, com um "valuation" pior do que os pares de seu setor. O primeiro reflexo é a perda de 'valuation" e, consequentemente, o aumento do custo de capital.

A segunda consequência é ter mais dificuldade de fazer captações, que terão menos investidores participando. O Brasil em um grande potencial em relação ao desenvolvimento sustentável e de baixa emissão de carbono. A matriz energética é ótima, a legislação de proteção ambiental é relativamente boa e há boas práticas de sustentabilidade, especialmente no setor empresarial. O problema é que o País não está conseguindo aproveitar seu potencial, porque está perdendo a batalha do discurso, sendo visto intencionalmente como país que não cumpre, não atende, não faz por onde na área ambiental, mas o Brasil está pior no discurso do que na realidade. Não se trata de considerar que está tudo bem, mas constatar que, mesmo diante da criticada política ambiental do governo federal, os problemas são pequenos quando comparados aos avanços. As grandes companhias estão fazendo sua parte ao dar "recados" para o governo sobre a importância do desenvolvimento sustentável para seus negócios.

Desde o início do mês, a Abrasca tem discutido internamente com os associados uma contribuição conjunta para a consulta pública global da Fundação IFRS para avaliar a demanda por padrões globais de sustentabilidade. Lançada em 30 de setembro, a consulta está aberta para comentários até 30 de dezembro. Um dos pontos em discussão pela entidade global que define padrões de divulgação de informações pelas companhias abertas com ativos negociados nos mercados é justamente se é o caso de criar normais internacionais de divulgação sobre ações ESG, junto dos balanços financeiros. A proposta da Abrasca ainda está em discussão, por isso, não há sequer linhas gerais sobre o que será enviado à consulta pública. Ainda assim, a entidade ponderou que as regras não podem engessar demais a divulgação das informações. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.