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26/Out/2020

Alimentos: ciclo de alta de preços globais em dólar

O mundo está começando a constatar um ciclo de alta de preços em dólar dos alimentos e isso está se generalizando. Assim que o PIB da China voltou crescer, a inflação de alimentos da China virou assunto mundial. Com a recuperação do emprego e da renda e a retomada dos canais de food service no restante dos países, o consumo tende a se reaquecer. Houve um movimento forte de compra de commodities, as posições foram se alongando. E isso se combinou com baixo crescimento norte-americano: o Fed sinalizou que vai manter liquidez muito alta e taxa de juros baixa. Há uma correlação muito grande entre depreciação do dólar e o aumento das commodities, que são precificadas em dólar. Começou a haver aceleração dos preços agrícolas. Soja e milho já subiram de 30% a 35% em dois meses.

Essa elevação vai ter impacto sobre a produção global de carnes. A carne no mundo inteiro vai subir no ano que vem por conta dessa elevação dos custos de produção. O Brasil, desde o início da pandemia, foi diferente, porque a depreciação do câmbio puxou preços em moeda local do País, que saiu vendendo commodities em velocidade sem precedentes. A logística brasileira, com a depreciação do dólar, também ficou extremamente barata. Hoje, em dólar, custa a mesma coisa tirar soja dos Estados Unidos ou do Brasil, de Sorriso (MT). É o efeito do câmbio sobre o custo logístico.

Além do ritmo acelerado de reconstrução de rebanhos da China, que demanda mais grãos para ração, entre 40% a 45% do comércio mundial de suínos vai ser destinado à China neste ano. Há dupla pressão sobre sistema alimentar brasileiro. O País está exportando muita carne e muito grão. Para o futuro, a vai ter padrão sanitário muito mais elevado, e isso vai requerer grãos, vai perturbar o mundo em termos de abastecimento e de comunicação dos mercados agrícolas. Em 2022 a 2023, se a produção de suínos chinesa estiver recomposta aos níveis pré-peste suína africana (PSA), os chineses demandarão de 25 milhões a 30 milhões de toneladas de soja adicionais por ano para atender a sua necessidade de ração. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.