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13/Out/2020

Fim do auxílio emergencial elevará pobreza no País

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que o número de pobres no Brasil caiu 23,7% entre 2019 e agosto deste ano, o que representa 15 milhões de pessoas. Mas, o que à primeira vista pode parecer uma boa notícia, na verdade, apresenta-se como o prenúncio de uma nova crise, uma vez que os dados estão diretamente ligados à concessão de auxílios governamentais dados em meio à pandemia, que irão se extinguir até o fim do ano. Está claro que esse contingente retornará à pobreza a partir de 31 de dezembro, quando termina a concessão do auxílio emergencial. O retorno à pobreza dessas quinze milhões de pessoas é um cenário até conservador. O Brasil foi o país da América Latina que mais concedeu auxílio proporcionalmente ao seu PIB, mas não era o que estava em melhores condições.

A faixa mais pobre da população é aquela que recebe até 1/2 salário-mínimo por pessoa, montante inferior aos R$ 600,00 do Auxílio Emergencial concedido pelo governo federal em meio à pandemia. O valor do benefício já caiu pela metade, e será extinto até fim do ano. Nove meses de auxílio correspondem a nove anos de Bolsa Família. Agora, virá o Renda Cidadã, mas não se sabe ainda em que patamares. Há a retomada no mercado de trabalho, mas com muitas incertezas para o próximo ano. Não se sabe quando sai a vacina ou qual seria o impacto de uma segunda onda de Covid-19. Praticamente todos os Estados tiveram queda no número de pobres, e o levantamento mostra que as regiões que registraram as maiores reduções foram a Nordeste (-30,4%) e a Norte (-27,5%): as duas que tiveram as maiores parcelas do público-alvo do auxílio emergencial. O Rio Grande do Sul foi o único Estado que registrou aumento no número da população pobre (crescimento de 0,45% no contingente de pessoas que recebem até 1/2 salário), mas o aumento não chega a ser preocupante.

A pobreza aumentou pouco. Mas, é um Estado que fez alguns ajustes, como na previdência, e está fazendo outros. É o segundo Estado em número de idosos, perdendo apenas para o Rio de Janeiro. O auxílio emergencial está pouco presente no Rio Grande do Sul, assim como na Região Sudeste. Isso é um indicativo de que a população dos Estados do Sul do País não deve ser muito afetada pelo fim da concessão dos auxílios federais. O Benefício Emergencial (BEm), concedido aos trabalhadores com carteira assinada que tiveram redução salarial durante a pandemia, também ajudou a alavancar os números sobre a diminuição da pobreza este ano, mas não foi suficiente para evitar a queda de contingente em outro estrato da população, a que recebe mais de dois salários mínimos per capita. O levantamento aponta que 4,8 milhões de pessoas saíram desse grupo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.