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08/Out/2020

Mercosul-UE: parlamento europeu rejeita acordo

O Parlamento Europeu aprovou, nesta quinta-feira (07/10), uma resolução que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por preocupações com a política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que o Brasil vai contra os compromissos feitos no Acordo de Paris, particularmente no combate ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade. O alerta consta em emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas comerciais do bloco.

O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o potencial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de aproximadamente 800 milhões de habitantes. Com o trecho referendado por parlamentares, a análise passa a incluir que o pacto não pode ser ratificado como está. A rejeição, no entanto, é simbólica e o acordo ainda precisa ser analisado pelo plenário da Casa, bem como em cada um dos parlamentos nacionais dos dois blocos. Autoridades europeias consideram improvável que a matéria consiga superar os tramites burocráticos, a não ser que haja uma considerável reversão do avanço do desmatamento na Amazônia.

Na semana passada, o eurodeputado português José Manuel Fernandes, que chefia a delegação responsável pelas relações com o Brasil, pediu que as duas partes dialoguem para solucionar o impasse. O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que há ruído na decisão do Parlamento Europeu de rejeitar simbolicamente o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, com a justificativa de preocupações ambientais. Mourão afirmou que um trabalho diplomático deverá ser feito a partir de agora para tratar do assunto. Ele destacou que se trata de uma questão de diplomacia e lembrou que o acordo demorou 20 anos para ser feito. Na visão do vice-presidente, a discussão do acordo de livre comércio envolve muitos interesses, o que dificulta seu avanço.

Ele declarou que o lobby dos agricultores europeus é muito grande. Também tem a questão dos partidos verdes na Europa que são muito fortes. Tem países que estão em processo eleitoral. Países que estão vivendo crises internas. As pressões são enormes. No relatório, é dito que o acordo UE-Mercosul não pode ser ratificado na sua forma atual e que o Parlamento está extremamente preocupado com a política ambiental de Jair Bolsonaro, em particular no combate ao aquecimento global e à proteção à biodiversidade. Mourão opinou que a decisão dos parlamentares europeus é possível de ser revertida e que a viagem de embaixadores para a Amazônia pode contribuir com isso. A visita com os embaixadores está prevista para novembro, mas vai depender da situação da pandemia de Covid-19. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.