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05/Out/2020

Clima: La Niña fraco/moderado e de curta duração

O fenômeno La Niña atrasa a regularização da chuva da primavera no Paraná e nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste. Em análise realizada em meados de setembro, o Instituto Americano de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) aumentou a chance de desenvolvimento de um fenômeno La Niña, na primavera de 2020, para aproximadamente 75%. Observou-se sobre o Pacífico uma atmosfera que começou a responder ao resfriamento e que deverá permanecer com condições próximas de La Niña até meados do verão de 2021. O fenômeno oscilará entre fraco e moderado e com curta duração, tanto que previsões mais estendidas indicam um Pacífico aquecido em meados de 2021. De qualquer forma, haverá algumas consequências do resfriamento nos próximos meses. Apesar da previsão de chuva mais abrangente a partir do último decêndio de setembro, o acumulado será menor que o normal no Paraná e boa parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste, atrasando as culturas de primavera como soja, cana-de-açúcar e milho.

Além disso, embora atualmente o calor seja muito intenso, a tendência é de uma primavera e um verão menos quentes que o desejável por parte de setores da economia que dependem do calor para aumentar suas vendas, casos de eletrodomésticos e alimentos frios. Por outro lado, como o fenômeno não será dos mais intensos e sua duração também não será longa, não serão registrados todos os efeitos conhecidos do La Niña. No Rio Grande do Sul, por exemplo, há previsão de chuva até dezembro, algo que deverá ajudar o desenvolvimento de culturas como o milho. A estiagem, tão temida pelos produtores da Região Sul, deverá ser sentida a partir de janeiro de 2021, afetando o desenvolvimento da soja no Rio Grande do Sul (além de milho e soja da Argentina). Na safra passada, a estiagem foi mais duradoura e abrangente, afetando os três Estados da Região Sul desde novembro. Outro contrassenso quando se pensa em La Niña, será uma estiagem prevista para as Região Sudeste e Centro-Oeste no verão de 2021.

Simulações mais recentes indicam chuva abaixo da média para fevereiro de 2021, mas a data e intensidade serão previstas com maior precisão no decorrer da primavera. Como o La Niña não será muito duradouro e há previsão de aquecimento do Pacífico em meados de 2021, a melhor comparação é com o biênio 2006-2007. Ao longo do mês de outubro, os efeitos do Oceano Pacífico em sua fase fria diminuem de forma considerável a chuva no Rio Grande do Sul. Portanto, sem chuva intermitente e volumosa, as temperaturas conseguem subir rapidamente no período da tarde e o mês deve fechar com anomalias positivas de temperatura sobre a maior parte do Estado. Entre novembro e dezembro, a expectativa para calor acima da média aumenta, especialmente em áreas da Fronteira Oeste, Campanha e Sul do Rio Grande do Sul, que podem registrar desvios acima dos 3°C na média de temperatura. O período do inverno foi marcado por chuva acima e dentro da média climatológica em toda a faixa norte do Rio Grande do Sul, tendendo para abaixo da média nas demais áreas do Estado, com maiores desvios negativos observados na Fronteira Oeste.

Alguns episódios de chuva no final de junho, e entre os dias 6 e 8 de julho, chamaram atenção devido aos seus acúmulos elevados e eventos de inundações registrados no norte do Estado. Em relação a frio, uma onda mais intensa se concentrou entre os dias 20 e 22 de agosto, responsável por eventos de geada ampla na região Sul, e queda de neve em áreas da serra. Para a nova estação, a expectativa de forma geral é de chuva abaixo da média nas áreas produtoras, especialmente no Rio Grande do Sul. De forma mais detalhada, os efeitos do Oceano Pacífico resfriado já serão observados ao longo dos próximos meses, apesar de ser um Lã Nina fraco e mais curto, se comparado a outros eventos históricos. Em outubro, as precipitações começam a se tornar irregulares e espaçadas, sem grandes episódios de chuvas volumosas e abrangentes. A segunda quinzena do mês promete ser com maiores acumulados de chuva, mas que se concentram em um ou dois dias, nada duradouro por enquanto.

Para novembro e dezembro, a situação também não é promissora. Chuva muito irregular e pouco volumosa, com grande espaçamento entre um evento e outro, e por isso a nova estação deve fechar com chuva abaixo da média histórica. Sem chuva significativa, as temperaturas conseguem subir rapidamente no período da tarde, mantendo a sensação de calor bastante presente, mas nada intenso e duradouro quanto o observado em 2019. Diferentemente do ano passado, a estiagem de 2020/2021 acontecerá mais tarde e atingirá uma área menor que no último ano. Em novembro de 2020, há previsão de chuva acima dos 100 mm no Estado. Isso também valerá para dezembro deste ano. Somente em janeiro e fevereiro de 2021, a chuva enfraquece com risco de estiagens no centro, oeste e sul do Rio Grande do Sul. Fonte: Irga. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.