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05/Out/2020

Mercosul-UE: atraso devido a questões ambientais

A crescente preocupação da União Europeia com a gestão ambiental do governo brasileiro deve empurrar a ratificação do acordo comercial com o Mercosul para 2022. Sem avanços no combate ao desmatamento na Floresta Amazônica, será difícil reunir apoio político na Europa para o tratado. A abordagem defensiva e combativa do presidente Jair Bolsonaro aos incêndios florestais e ao desmatamento, juntamente com o agravamento dos dados de agências governamentais, vigilantes e ONGs, aumentará a oposição ao acordo de livre comércio Mercosul-UE na Europa. A situação é agravada pela retórica do governo brasileiro de minimização do problema ambiental, que não fornece garantias para a comunidade internacional de que ações estão sendo tomadas. Alguns esforços estão sendo feitos, mas é improvável que o Brasil freie o ritmo do desmatamento em breve e, sem nenhuma mudança na retórica no horizonte, a pressão internacional sobre o País tende a crescer.

Apesar disso, governos e lideranças empresariais nas duas regiões ainda acreditam na viabilidade do projeto de integração. Mas uma agenda lotada da UE na esteira do coronavírus e crises do Mediterrâneo à Bielo-Rússia, juntamente com a deterioração das condições no Brasil em torno do desmatamento e incêndios florestais, empurraram o acordo com Mercosul para segundo plano. Outro ponto desfavorável à pauta é a renúncia do comissário europeu para o Comércio, Phil Hogan, um dos principais entusiastas do projeto na Europa. Ele tinha boas relações pessoais não apenas com seus pares da UE e membros do Parlamento Europeu, mas também com seus homólogos do Mercosul, incluindo diplomatas brasileiros e a Ministra da Agricultura do Brasil, Teresa Cristina. Autoridades europeias consideram que o texto terá dificuldades para superar todos os trâmites burocráticos, a não ser que haja um avanço consistente no combate ao desflorestamento ilegal. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.