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01/Out/2020

Desemprego: taxa avança no trimestre até julho

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quarta-feira (30/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação no Brasil ficou em 13,8% no trimestre encerrado em julho. Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 11,8%. No trimestre até junho de 2020, a taxa de desocupação estava em 13,3%. A renda média real do trabalhador foi de R$ R$ 2.535,00 no trimestre encerrado em julho. O resultado representa alta de 8,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 203,016 bilhões no trimestre até julho, queda de 4,7% ante igual período do ano anterior. O Brasil alcançou um recorde de 5,797 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em julho. O resultado significa 771 mil desalentados a mais em relação ao trimestre encerrado em abril, um salto de 15,3%.

Em um ano, 966 mil pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 20,0%. A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A pandemia do novo coronavírus provocou uma perda generalizada de postos de trabalho no trimestre encerrado em julho. Houve demissões significativas de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, mas os mais impactados ainda são os trabalhadores informais.

Entre as 7,214 milhões de vagas perdidas no trimestre encerrado em julho, queda de 8,1% na ocupação ante o trimestre terminado em abril, 3,897 milhões delas eram ocupações informais, o que significa um recuo de 11,3% no contingente de trabalhadores atuando na informalidade no País. O Brasil alcançou uma taxa de informalidade de 37,4% no mercado de trabalho no trimestre até julho, a menor da série histórica iniciada em 2016, com 30,694 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, menor contingente já registrado pela pesquisa. Houve demissão de 1,435 milhão de pessoas sem carteira de trabalho no setor privado no trimestre encerrado em julho, enquanto outros 1,973 milhão de trabalhadores por conta própria perderam suas ocupações. Mais 2,822 milhões de vagas com carteira assinada no setor privado foram extintas em um trimestre. O total de vagas formais no setor privado desceu a 29,385 milhões, menor patamar da série.

Houve uma perda ainda de 263 mil empregadores em um trimestre. Outros 931 mil trabalhadores domésticos perderam seus empregos no período. O trabalho doméstico caiu ao piso da série, ocupando 4,593 milhões de pessoas. O setor público foi o único a abrir vagas, com mais 215 mil trabalhadores em um trimestre. A população ocupada encolheu 12,3% em um ano, descendo ao menor contingente da série histórica da pesquisa, apenas 82,027 milhões de pessoas trabalhando no trimestre encerrado em julho deste ano. Ou seja, 11,557 milhões de brasileiros perderam o emprego em relação a um ano antes, ao trimestre terminado em julho de 2019. É a menor população ocupada de toda a série histórica da pesquisa. O momento é de grande impacto no mercado de trabalho, sobretudo pela redução de pessoas na ocupação. A pandemia interrompeu a tendência sazonal de geração de vagas ao longo do ano, passado o período de dispensas de trabalhadores temporários, nos primeiros meses de cada ano.

Em 2020, a geração sazonal de vagas não está acontecendo, pelo menos até julho. Embora a demissão de trabalhadores tenha sido massiva, o número de pessoas desempregadas aumentou em apenas 561 mil. A maioria das pessoas que perderam emprego foi para a inatividade: em apenas um ano, 14,134 mil brasileiros a mais não estão trabalhando nem estão em busca de emprego, totalizando um recorde de 78,956 milhões de pessoas nessa condição. A pesquisa do IBGE, que segue recomendações internacionais, só considera como desempregado quem de fato tomou alguma atitude para encontrar uma vaga. A explosão da população inativa ajudou a conter uma alta ainda maior na taxa de desemprego, que saiu de 11,8% no trimestre encerrado em julho de 2019 para 13,8% no trimestre terminado em julho de 2020. Há uma frequência muito grande de pessoas alegando a questão da pandemia para não fazer a busca por trabalho.

Os inativos que argumentaram motivos relacionados à pandemia para não procurar emprego não são contabilizados no desalento (quando alguém deixa de buscar emprego por achar que não conseguirá uma vaga, por exemplo). Ainda assim, o desalento alcançou um recorde de 5,797 milhões de pessoas em julho, 966 mil a mais que um ano antes, um salto de 20%. Tem uma piora no mercado de trabalho, então o desalento acaba crescendo junto. Uma eventual melhora do mercado de trabalho, que acompanhe os sinais de recuperação de setores da atividade econômica, pode demorar mais meses para aparecer na pesquisa, por conta do carregamento dos dados trimestrais. A tradução dessa melhora para o mercado de trabalho será vista nos trimestres móveis para frente. É preciso observar se o mercado de trabalho vai incorporar essa melhoria nos indicadores de trabalho setoriais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.