30/Set/2020

Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) acelerou na passagem de agosto para setembro e subiu 5,92% no nono mês, ante 3,74% na divulgação anterior. Os preços no atacado foram os principais responsáveis pela aceleração do IGP-M a 4,34% em setembro, de 2,74% em agosto. O IPA-M teve seu maior avanço mensal desde novembro de 2002 (6,73%). No ano, o indicador acumula alta de 20,14% e, em 12 meses, soma taxa de 25,26%, a maior desde agosto de 2003 (27,10%). Nas aberturas por origem dos produtos, a mais intensa aceleração ocorreu no IPA agropecuário. O grupo subiu 9,41% em setembro, após alta de 4,80% em agosto. Os produtos agropecuários acumulam inflação de 28,82% em 2020 e de 42,52% nos 12 meses encerrados em setembro.

Os produtos industriais também ganharam tração e avançaram 4,62% em setembro, após alta de 3,34% em agosto. O grupo acumula alta de 17,06% no ano e de 19,60% em 12 meses. Nas aberturas por estágios de processamento, as matérias-primas brutas tiveram forte aceleração e subiram 10,23% em setembro, após alta de 6,93% no mês anterior. O avanço do grupo foi puxado pela aceleração da soja em grão (7,04% para 14,32%), milho em grão (7,04% para 14,89%) e arroz em casca (9,29% para 38,93%). Na outra ponta, ajudaram a conter a alta do índice os suínos (27,36% para 14,18%), café em grão (9,81% para 5,69%) e laranja (8,97% para 4,54%). Em 2020, as matérias-primas brutas acumulam alta de 44,57%. Nos 12 meses encerrados em setembro, a inflação acumulada do grupo é de 54,09%. Nos demais estágios, houve aceleração também nos bens intermediários (2,73% para 4,05%).

O aumento do grupo foi puxado pelos materiais e componentes para manufatura, cuja taxa passou de 2,24% para 4,53%. Os bens intermediários têm alta de 10,38% em 2020 e de 12,77% em 12 meses. Também ganharam tração os bens finais, com alta de 2,83% em setembro ante 1,25% em agosto. A principal contribuição para o resultado partiu dos alimentos processados, que aceleraram de 2,98% em agosto para 5,99% nesta leitura. O grupo tem alta de 7,39% no ano e de 12,0% em 2020. As principais pressões para cima sobre o IPA-M de setembro partiram de minério de ferro (10,82% para 10,81%) e bovinos (4,12% para 7,38%), além da soja em grão, arroz em grão e milho em casca. Na outra ponta, ajudaram a conter a alta do índice o mamão (46,35% para -29,11%), óleo diesel (8,13% para -1,20%), batata inglesa (-19,72% para -7,39%), ovos (-4,28% para -1,77%) e trigo em grão (0,17% para -1,46%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.