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22/Set/2020

Indústria defende uma revisão do Guia Alimentar

Para representantes da indústria de alimentos, a revisão do guia brasileiro é necessária pois a classificação utilizada no documento, que divide os alimentos por nível de processamento, simplifica a discussão e cria um conceito de que todos os produtos industrializados são ruins para a saúde. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) afirma que relacionar a comida processada a um maior risco de obesidade, diabete e outras doenças é equivocada, desconsidera que esses problemas são multifatoriais e a indústria tem feito inovações e alterações em seus processos para reduzir o teor de componentes como sal, açúcar e gordura em suas composições. Para a entidade, o guia é um documento importante, mas o capítulo 2, que traz a classificação por nível de processamento, gera oposição.

Este capítulo coloca todos os alimentos industrializados como ruins. Para a indústria, não existe alimento bom ou ruim. O que existe é dieta desequilibrada. O consumo de sal, açúcar e gordura saturada deve ser reduzido, isso é um fato. Mas, deve ser reduzido não só do alimento industrializado, mas também da comida do restaurante e da comida feita em casa. A indústria tem adotado voluntariamente práticas para melhorar a qualidade nutricional de seus produtos. Existe um acordo voluntário com o Ministério da Saúde há mais de uma década, anterior a esse guia, que prevê a redução nos produtos de alguns macronutrientes que não devem ser consumidos em exagero. Graças a isso, 310 mil toneladas de gordura, 17 mil toneladas de sódio e 144 mil toneladas de açúcar foram retiradas da mesa do brasileiro.

Para a entidade, a classificação mais adequada seria a que divide os alimentos de acordo com as funções fisiológicas, por exemplo, energéticos, construtores, reguladores. É a classificação que é utilizada nas pirâmides alimentares, adotadas por alguns países. Os açúcares e óleos, por exemplo, estão no topo da pirâmide, em pequenas quantidades. Ou seja, o critério deveria ser o equilíbrio. A indústria conta com engenheiros de alimentos para melhorar esses processos e, assim como todo campo da ciência evolui, a produção alimentar também tem passado por mudanças que deveriam ser consideradas na elaboração de um guia. A entidade afirma ter feito sugestões para o documento em 2014, mas elas não foram consideradas. A indústria emprega tecnologia, ciência e inovação para sempre mudar o que pode ser melhorado e quer ser ouvida. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.