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22/Set/2020

Mercosul-UE: França reafirma a posição contrária

O governo francês afirmou que continua se opondo a um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul e fez três exigências, incluindo garantias de que as trocas não acelerariam o desmatamento. O governo anunciou sua posição depois de receber um relatório de um comitê de especialistas independentes que alerta sobre os riscos ambientais representados pelo acordo. O primeiro-ministro francês, Jean Castex, lamentou que o acordo não contenha nenhum dispositivo para controlar as práticas dos países do Mercosul no combate ao desmatamento e condicionou a continuidade das negociações ao cumprimento de três requisitos: que o acordo não pode causar aumento do desmatamento, que as "políticas públicas do Mercosul estejam plenamente de acordo com seus compromissos com o Acordo de Paris e que o os produtos agroalimentares importados respeitam as normas europeias de saúde e ambientais.

O relatório foi encomendado pelo governo para avaliar o impacto do acordo de livre-comércio fechado no ano passado entre a União Europeia e o Mercosul, após duas décadas de negociações. O acordo representa uma oportunidade perdida para a UE utilizar o seu poder de negociação para obter garantias sólidas que respondam às "expectativas ambientais, de saúde e sociais dos seus concidadãos, concluiu a comissão. O relatório estima que o desmatamento no Mercosul poderia acelerar em 5% ao ano devido à área adicional de pastagem que seria necessária para cobrir o aumento da produção de carne bovina destinada à União Europeia (entre 2% e 4%). Avalia também entre 4,7 milhões e 6,8 milhões de toneladas de CO² equivalente o aumento das emissões de gases de efeito estufa que o acordo geraria e duvida que os ganhos econômicos superem os custos climáticos.

O presidente francês, Emmanuel Macron, já havia se manifestado contra acordo no ano passado, em meio a uma crise diplomática com Jair Bolsonaro em decorrência dos incêndios na Amazônia. Além da França, países como Bélgica e Irlanda já se mostraram relutantes em ir em frente com o acordo e os parlamentos austríaco e holandês o rejeitaram, principalmente devido ao desmatamento. Até a chanceler alemã Angela Merkel, cujo país há muito tempo é um de seus principais impulsionadores do tratado, expressou sérias dúvidas sobre sua concretização pela primeira vez em agosto. Para que entre em vigor, o acordo tem de ser ratificado por todos os parlamentos nacionais da União Europeia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.