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18/Set/2020

Argentina: medidas cambiais podem causar default

Analistas da Argentina têm demonstrado certa cautela com as medidas anunciadas pelo Banco Central da República Argentina (BCRA) para reforçar o controle do câmbio. Por um lado, a estratégia busca conter a saída de divisas, mas muitos economistas consideram que há riscos na estratégia, como o default de empresas, e esperam mais novidades. O BCRA busca ganhar tempo, limitando a saída de dólares. A estratégia é de curto prazo, mas para se tornar sustentável precisa incluir um plano de incentivo às exportações e um avanço nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI). As medidas aliviam a pressão sobre as reservas no curto prazo, mas podem afetar ainda mais a situação financeira de algumas empresas.

Outro risco citado é de que aumentem as diferenças entre os diferentes tipos de câmbio, em um quadro de expectativas de desvalorização latentes, mas com menor possibilidade de acessar o mercado oficial. O reforço do controle cambial na Argentina pode levar empresas locais a entrarem em default, depois de o país ter evitado um calote recentemente. No restante do ano, vencem cerca de US$ 3,3 bilhões em dívidas financeiras corporativas, dos quais US$ 800 milhões são obrigações negociáveis que devem ser reestruturadas. As empresas terão que reestruturar 60% dos vencimentos de capital entre setembro de 2020 e 31 de março de 2021.

Após as medidas, o risco país da Argentina se afastou dos 1000 pontos e alcançou 1235 pontos. Depois das medidas anunciadas na terça-feira (15/09), os ativos financeiros aceleraram a queda. Na quarta-feira (16/09) houve perdas de 5% e, na abertura desta quinta-feira (17/09), houve recuos de mais de 2%. Os rendimentos são similares aos que foram observados antes do anúncio do acordo com credores estrangeiros. O Ministério de Economia da Argentina afirmou que as medidas foram coordenadas em um esquema de transição para consolidar a estabilidade econômica. O presidente do país, Alberto Fernández, também defendeu o reforço do controle cambial. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.