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17/Set/2020

Governo discute propostas de ONGs e agronegócio

Depois de 230 organizações ambientais e empresas ligadas à indústria e ao agronegócio se unirem para pedir reação do governo à devastação da Amazônia, o governo se reuniu para tratar do assunto. O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, fez uma reunião com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina nesta quarta-feira (16/09). Havia ainda participação de integrantes do Itamaraty. No encontro, discutiram as demandas do documento elaborado pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura.

O grupo, em uma situação rara, reúne nomes da área ambiental, como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), e empresas do agronegócio e da indústria, como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever. Constantemente em posições contrárias sobre questões ambientais, todos se uniram para apresentar um pleito de seis medidas concretas para reduzir a devastação da floresta. A conversa também mencionou um segundo documento que o governo recebeu, de instituições de Amsterdã.

Ao discutirem o teor do documento, o entendimento de Hamilton Mourão e dos ministros foi de que as propostas, de alguma forma, já estariam sendo tocadas pelo governo, ou iniciadas recentemente. É o caso, por exemplo, do tema de regularização fundiária, tocado pelo Ministério da Agricultura. A união de ONGs ambientalistas com empresas do agronegócio coloca o governo em uma situação delicada, ao tratar conjuntamente daquilo que o presidente Jair Bolsonaro mais tem repelido, as ONGs, e de uma das áreas mais elogiadas, o agronegócio.

Duas semanas atrás, ao ser mais uma vez criticado pela política ambiental de sua gestão, Bolsonaro chamou as organizações não governamentais que atuam na área de "câncer". A aproximação do agro, indústria e setor financeiro das pautas ambientais, no entanto, estreitou os laços dessas instituições com as ONGs ambientais, o que tem exigido ações pragmáticas do governo, no lugar de discursos de ódio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.