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14/Set/2020

Reino Unido e Japão fecham um acordo comercial

Nem União Europeia (UE) e nem Estados Unidos. O primeiro acordo comercial de livre comércio que o Reino Unido fechou para depois que se retirar do bloco comum foi com o Japão. O pacto, oficializado na sexta-feira (11/09), foi descrito como histórico e prevê um incremento das trocas de 15,2 bilhões de libras esterlinas. O acordo aprofundará a parceria entre duas nações. No documento de divulgação do acordo, a administração Boris Johnson aproveitou para “alfinetar” a União Europeia. O negócio acertado com o Japão surpreende porque ele teve início em 9 de junho e havia a expectativa de que um acordo fosse fechado primeiro com os vizinhos europeus ou com o parceiro histórico (Estados Unidos). No primeiro caso, as tratativas seguem um dos pontos mais conturbados de negociação neste momento e, no segundo, as discussões foram suspensas por causa das eleições nos Estados Unidos em novembro. A ambição do governo britânico é garantir acordos de livre comércio com países que cobrem 80% do comércio do Reino Unido até 2022.

A parceria passará a valer quando o Brexit entrar em vigor na prática, a partir de 1º de janeiro de 2021. Simbólica e oficialmente, a separação da União Europeia foi instaurada no fim de janeiro passado, mas conta com um período de transição até o fim do ano, justamente para que a relação futura com o bloco comum fosse acertada. O governo britânico salientou que o acordo com o Japão foi feito sob medida para a economia do Reino Unido e garante benefícios adicionais além do acordo comercial UE-Japão, dando às exportadoras locais vantagens competitivas em várias áreas. Isso ajudará a criar empregos e impulsionar o crescimento em todo o país. O pacto também é visto como um passo importante para a adesão ao Acordo Compreensivo e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP) que é visto como uma "porta de entrada" para os britânicos na região da Ásia-Pacífico. Ficou acertado que as empresas do Reino Unido se beneficiarão do comércio livre de tarifas em 99% das exportações para o Japão. A análise do governo é a de que o negócio gerará 1,5 bilhão de libras para a economia local.

Além disso, aumentará os salários dos trabalhadores britânicos em 800 milhões de libras no longo prazo. Entre os setores mais beneficiados pelo acordo estão o de alimentos e bebidas e o de tecnologia. A facilitação do acesso para serviços financeiros do Reino Unido também está contemplada no documento. O acordo cria uma agenda anual entre o Tesouro, os reguladores financeiros dos dois países para explorar maneiras de reduzir mais o atrito regulatório. Enfatizando a importância do acerto bilateral. Se trata de algo que seria impossível se o Reino Unido ainda estivesse na União Europeia. Os serviços financeiros são a maior exportação britânica para o Japão, respondendo por 28% do total. O acordo conta com vários outros tópicos, como a facilitação da mobilidade de empresários e troca de profissionais entre os países, acesso a mercados que não eram explorados, como o de malte, e ampliação das vendas de carne suína e bovina do Reino Unido.

O pacto foi fechado em tempo recorde e em circunstâncias desafiadoras e vai muito além do acordo existente com a União Europeia, pois garante novas vitórias para as empresas britânicas. A Federação de Pequenas Empresas Britânicas (FSB) enfatizou a importância de os acordos em negociação pelo país abordarem companhias de vários tamanhos. O universo de companhias de menor porte que já exportam para o país asiático é de 130 mil. A Confederação da Indústria Britânica (CBI) afirmou que se trata de uma grande oportunidade de garantir novos investimentos japoneses em uma ampla gama de setores. O acordo com o Japão pode ser o primeiro de muitos. Depois que o acordo for formalmente assinado, ele terá de ser aprovado pelos parlamentos dos dois países até o final do ano. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.