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02/Set/2020

PIB da Agropecuária mostra a resiliência na crise

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) informou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária mostra a resiliência do setor durante a crise econômica decorrente da pandemia de coronavírus. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta terça-feira (1º/09), o PIB da agropecuária subiu 1,2% entre abril e junho de 2020 ante igual período de 2019. A forte demanda do mercado internacional por proteínas brasileiras, como a soja e as carnes, é o que tem puxado o indicador para cima. A soja é um destaque, mas também porque houve um atraso no plantio que fez com que a colheita adentrasse o mês de abril, aumentando os ganhos do segundo trimestre.

A indústria de carnes continua impulsionando o agronegócio beneficiada pelas exportações, apesar da queda no consumo doméstico. As exportações como um todo, portanto, seguem sustentando o PIB. Cerca de 40% do PIB do agro são serviços. Com as exportações crescendo muito, os serviços relacionados a isso também crescem. Some a isso, o fortalecimento das processadoras de carnes, que atendem ao mercado externo, e o crescimento do PIB de dentro da porteira. Nesse sentido, o setor continua tendo um forte protagonismo na economia brasileira. A balança comercial do País encolheu 13% no primeiro semestre de 2020, com redução de 7,4% nos embarques como um todo. No mesmo período, os embarques do agronegócio cresceram 9,7%.

Se não fosse esse crescimento, o déficit geral da balança seria ainda pior. A maior preocupação do segmento, entretanto, continua sendo o dólar. Embora o alto patamar da moeda norte-americana ante o Real esteja favorecendo e incentivando os exportadores, por outro lado, há setores menores e mais voltados para o mercado interno que estão sofrendo com os custos mais altos de insumos. Apesar da recuperação, os hortifrutis e a indústria de lácteos e derivados, por exemplo, continuam sentindo os efeitos da crise e da pressão dos custos. A CNA mantém a projeção de crescimento no acumulado do ano de 3,5% do PIB do agronegócio, calculado pela entidade a partir de uma base que atribui maior peso ao preço de cada produto.

O PIB do agronegócio cresceu mais do que isso no primeiro semestre, mas a entidade decidiu manter a perspectiva, em função dos efeitos negativos da pandemia na indústria de processamento agrícola, especialmente por causa da retração na renda das famílias. Entretanto, a queda na renda e, consequentemente, do consumo seria pior sem auxílio emergencial de R$ 600,00 disponibilizado pelo governo federal. Além de proteger e sustentar o consumo dessas pessoas mais vulneráveis, garantiu uma demanda importante de alimentos, que acaba voltando na forma de oferta e geração de emprego e renda. A CNA está atenta ao plantio e aos investimentos do setor no segundo semestre. Desde que o Plano Safra foi lançado, a entidade observa um aumento significativo na tomada de crédito no âmbito do programa, o que sinaliza crescimento do investimento para as safras de 2021. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.