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26/Ago/2020

Mercosul-UE e OCDE são prioridades para o Brasil

A conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia e o processo de acesso à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm de ser perseguidos em paralelo. Ambas as agendas atuam em frentes diferentes e, portanto, têm de ser buscadas em paralelo. O acordo do Mercosul com a União Europeia terá implicações significativas sob a ótica do comércio e ainda ajudará na solução de determinadas controvérsias, o que não é possível com a adesão à OCDE. É muito importante caminhar duas trajetórias e reconhecer que isso leva tempo. A Lituânia, por exemplo, demorou três anos para ter acesso à OCDE assim como a Colômbia também esperou por alguns anos depois da aceitação pelo grupo de países ricos, o que ainda não aconteceu no caso brasileiro. Segundo o Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), o governo Bolsonaro, em particular o Ministério da Economia, incorporou a ideia de abertura comercial como uma de suas reformas fundamentais.

No entanto, essa agenda de abertura unilateral já caiu por terra dado a outros temas mais urgentes. A abertura unilateral foi se desidratando na agenda governamental pelo fato de ser uma reforma difícil de se fazer e dado a outras prioridades do governo. Mas, a vertente de negociações comerciais e o ingresso na OCDE mantiveram-se como eixo fundamentais. Apesar da importância do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, é importante lembrar que tal agenda não vai mudar a economia brasileira embora possa ajudar a impulsionar reformas no Brasil. A abertura unilateral teria impacto bastante mais significativo. O embaixador do Brasil na União Europeia evitou falar em ganhadores e perdedores no âmbito do acordo do Mercosul com o bloco. Mas, alguns setores vão precisar fazer mais ajustes e outros, menos, como o agropecuário, que já tem tido ganhos relevantes de produtividade.

Ajustes nos preços serão tanto menores quanto mais eficazes forem esses ajustes em setores. Vai depender da eficácia também da capacidade da economia de absorver eventuais perdas de determinados setores que se submetam a ajustes mais intensos. Em um cenário de crescimento, a capacidade de absorver ajustes é maior, em um cenário de estagnação é menor. Para a Fundação Dom Cabral, existem ganhos significativos no setor de agronegócios e ajustes em outros segmentos como as indústrias automotivas, de peças e ainda têxtil. Porém, não há nenhum impacto dramático na economia, seja para Mercosul ou para a União Europeia. Contudo, as reformas do Mercosul incentivadas pela assinatura do acordo com a União Europeia eram uma 'janela de oportunidade' das administrações de Jair Bolsonaro, no Brasil, e de Mauricio Macri, na Argentina. Mas, hoje, há dúvidas com a convergência entre Brasil e Argentina sobre acordo com União Europeia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.